Os governadores Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Carlos Massa Ratinho Junior (Paraná) e Carlos Moisés da Silva (Santa Catarina) se reuniram na tarde desta quarta-feira (17/3), na sede do governo catarinense, em Florianópolis, para articular ações conjuntas de enfrentamento à pandemia na região Sul.
No encontro, os chefes de Executivo anunciaram um compromisso de ajuda mútua, inclusive na utilização das suas estruturas hospitalares e de integração dos sistemas reguladores de saúde, tanto de medicamentos, como insumos e equipamentos. Além disso, reforçaram a intenção de compra consorciada de vacinas para disponibilizar ao Plano Nacional de Imunizações.
O Sul do Brasil foi considerado pelos governadores o atual “epicentro da crise sanitária”, o que foi confirmado pelo novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e pelo antigo, Eduardo Pazuello, em participação virtual na reunião. Isso ocorre devido ao aumento expressivo de casos de coronavírus, com comprovação da circulação de novas variantes, em especial da P1, que tem pressionado o sistema hospitalar.
No Rio Grande do Sul, mesmo com a ampliação da rede de leitos de UTI em 142% desde o início da pandemia, a taxa de ocupação geral de leitos de UTI SUS está em 99,8%, e os leitos privados já ultrapassam a capacidade instalada, com 134,5%, com pacientes internados fora de leitos formalmente existentes na rede privada.
Propondo um sistema interestadual, os três Estados anunciaram uma estratégia de compartilhamento de informações de medidas adotadas em cada território e de regulação conjunta das suas estruturas hospitalares para atendimento de pacientes na região Sul. Com isso, querem facilitar e organizar a transferência de pacientes, tanto clínicos como de UTI, quando for possível e mais próximo.
Ações conjuntas
Os três governadores acordaram a criação de um estoque regulador conjunto de insumos fundamentais no combate à Covid nos hospitais, já que muitos estão tendo dificuldade de manter seus estoques.
Baseada no caso do RS, pioneiro na compra de medicamentos anestésicos, sedativos e bloqueadores musculares, o chamado de “kit intubação”, junto ao Uruguai, os governadores pretendem que as aquisições feitas sejam compartilhadas em caso de necessidade.
Para desafogar o sistema de saúde sobrecarregado, garantindo que não faltem vagas às pessoas que mais precisam, além de reduzir a capacidade de disseminação da doença, os governadores solicitam priorização no envio de vacinas contra Covid. Também informam que estão, de forma conjunta, em busca de ampliação da vacinação com a compra de vacinas de maneira consorciada.