A estiagem que assola o Rio Grande do Sul traz prejuízos para diversas áreas do setor agropecuário, fato comprovado por levantamento da EMATER publicado na última segunda-feira (24). Segundo o documento, passa dos 253 mil o número de propriedades atingidas pela estiagem no território gaúcho. Até a primeira metade de dezembro de 2021, os prejuízos se concentravam na porção noroeste do estado (regiões de Ijuí, Frederico Westphalen e Santa Rosa). Porém, desde 15/12, os impactos da seca avançaram para as demais regiões do RS.
Aqueles que trabalham com o cultivo do milho lideram as perdas, com 92.793 sofrendo os efeitos da falta de chuva. Em seguida, vêm os produtores de soja: 82.368 foram afetados pela seca. Milho silagem (42.115 produtores com prejuízo), bovinocultura de leite (27.289), fumo (22.753) e fruticultura (15.128) completam a lista das seis culturas com maior número de produtores atingidos.
Além disso, a diminuição da área de pastagens está em 60% na pastagem nativa, e em 66,6% na pastagem cultivada. Situação que impacta a pecuária de corte e também a produção de leite. A EMATER estima uma perda diária de 82,5 litros do produto lácteo em todo o estado.
Em relação ao milho, a região de Santa Maria, onde está localizada Tupanciretã, aparece com perdas entre 45,01% e 65%. No tocante à cultura da soja, o prejuízo é estimado entre 25,01% e 45%, mesmo percentual calculado para as perdas do cultivo do feijão na região.
A estiagem também dificulta o acesso à água para consumo humano. A EMATER estima que cerca de 21 mil famílias gaúchas estão com dificuldades de abastecimento hídrico para uso pessoal.