A guarnição da BM, composta por três soldados, tentou negociar o fim do protesto. Um dos policiais subiu ao sétimo andar, onde mora Germano, e voltou dizendo que ele iria pagar a dívida. Descrevendo o deputado como "muito alterado", o soldado pediu que as transexuais esperassem a chegada de uma pessoa que iria trazer o dinheiro.
Por
telefone, o policial passou os dados da conta corrente de uma delas, para que o
parlamentar fizesse o depósito. Depois de duas horas de espera, o soldado que
comandava a conversa voltou para dentro do prédio. Ao sair, trouxe no bolso R$
2,5 mil, em notas de R$ 100 e R$ 50.
— Tô com o dinheiro aqui, R$ 2,5 mil. Tu vai me prometer que hoje tu vai aliviar — condicionou o soldado.
Após alguns minutos de conversa com os PMs, as transexuais aceitaram ir embora mediante a promessa de que o restante da suposta dívida será pago em breve. Uma delas mostrou à reportagem mensagens de celular em que o deputado a chamava para o seu apartamento no começo da manhã desta sexta.
Ela afirmou ter visto no convite a oportunidade de cobrar a dívida, convidando a amiga para isso. O plano teria sido frustrado quando o político bloqueou o contato no celular, o que teria movido as duas a promoverem o tumulto em frente ao prédio.
GaúchaZH entrou em contato com a Brigada Militar para que se manifestasse sobre o episódio, mas o 11º BPM disse que não foi registrada ocorrência. Procurado pela reportagem, Germano não atendeu as ligações. No seu gabinete, em Brasília, também ninguém atendeu.
O deputado é réu em duas ações penais da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal. Por conta dos processos, dirigentes do PP já apresentaram um pedido à direção estadual do partido pedindo que ele não concorra nas eleições de outubro.
Jornal Manchete Digital teve acesso ao suposto vídeo do protesto, que está circulando nas redes sociais.