Hoje é difícil qualquer assunto que não seja a devastadora e inesquecível enchente, especialistas dizem que é a natureza exercendo sua plenitude, muitas vezes esquecida ou negligenciada pelo homem. Este estágio traumático, incerto e de muitas dores para todos nós gaúchos, desestabilizou nossas vidas sobremaneira, independentemente de onde moramos e trabalhamos, tudo ficará guardado no baú de nossas memórias e cada um moldará a seu jeito os efeitos causados, seja dor, superação, tristezas, saudades ou alegrias por alguns detalhes. O certo é que nada desta tragédia se perderá na história, no museu mental do mundo, haverá sempre alguém e tempo para recordar.
Ansiosos esperamos pela reestruturação, pois os estragos são muitos, que seja breve o chamado plano Marshall, e outros tantos anunciados na hora do tudo podemos. Que Deus ilumine, além dos planos, comportamentos, atitudes, traumas e nobres ações referentes a estas situações nada cotidianas...
Por conta desses desassossegos coletivos, sem precedentes aqui vividos, corremos sério risco de desativarmos ou desmerecer a importância e utilidade de certos conceitos e histórias que contam os Museus. Estes Pontos Culturais, devem continuar permanentes e ativos, que sirvam para aguçar a curiosidade, criatividade, repertório cultural, pensamento crítico e lógico das pessoas.
E como guardiões da cultura, também, incentivem a música, a dança, o teatro, a fotografia, a literatura e até a gastronomia, pois com certeza, assim podemos preencher com carinho muitas almas precisando de conforto e atenção. Que muito logo se reestabeleça o museu MARGS em POA, para ser mais um na continuidade desta importante missão.
Sabe-se que temos uma média de 3.085 museus no Brasil, principalmente nas grandes capitais, o MASP de São Paulo, um deles, portanto, um privilégio de poucas cidades pequenas, segundo o IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus). Órgão, que controla, fiscaliza e dá as diretrizes, que em algum momento, afirmou que Museus não são frequentados por 8o% dos brasileiros.
Bem diferente do MUSEU LOUVRE que fica em Paris na França, com 10 milhões de visitas anualmente, um acervo de 615mil itens, 38 mil obras de arte, inclusive o quadro Monalisa, do pintor Leonardo Da Vinci, pintada em 1500 e que tem um valor bilionário, bem por isso, LOUVRE o maior do mundo, mais sofisticado, pois hoje, é normal museus virtuais, CyberMuseus, os de Ciências e Tecnologias, estas modernidades ainda não chegaram para todos.
A grande maioria é museu Tradicional, segue seu ofício na representação através, de fotos, quadros, vestuários, objetos e documentos, o nosso é deste tipo. E por ora vem cumprindo nobremente sua determinação, pois segundo os entendidos, verbalizam que museus são casas que guardam e apresentam sonhos, sentimentos, pensamentos e instituições. Que ganham ênfase através de imagem, cores, sons e formas.
"Portanto, a afirmação de teses dos estudiosos, que Museus são pontes, portas e janelas que ligam e desligam mundos, tempos, culturas e pessoas diferentes, é corretíssima".
Nossa Tupanciretã é distinta em cultura por possuir um Museu, com a iniciativa e sensibilidade do vereador Odilon Burnet, no ano de 1990, que fez o projeto para sua criação através a lei Municipal 983 e pela lei Municipal 1045 em 1991 indicou é com muita assertividade o nome do Dr. Helio Franco Fernandes, que foi nosso médico e grande cidadão, merecedor desta honraria pelo seu curriculum e história. O prefeito Miguel Chiapetta Cardoso sancionou a criação e nomenclatura deste Ponto Cultural, que iniciou o acolhimento de seu acervo, pelo funcionário Renato Gomes Vianna, na gestão do prefeito Luiz Adolfo B. Dias, hoje, se encontra no Largo Visconde de Mauá, anexo ao Laboratório de Ciências e Emef Flory Duque Kruel, por iniciativa da prefeita Iracema Pirotti em 2007.
Hoje totalmente remodelado, operante manhas e tardes, num novo design, com uma proposta de chegar à comunidade e grupos escolares com mais presença e conhecimento cultural, conforme determinou no ano 2021 o atual prefeito Gustavo Herter Terra que fielmente é exercida pela Secretaria Municipal de Educação Cultura Turismo Esporte e Lazer.
Que muitos de nossos munícipes tomem gosto pelas nossas memórias expostas no Museu. Nosso passado não estará totalmente perdido, com certeza, sobram subsídios e ensinamentos de muitos personagens deste povoado de Vila Rica e que depois transformaram-no em cidade de “Tupaciretan” que podem ser úteis para o futuro.
Nossos alunos serão sempre os fomentadores destes conhecimentos. Assim e sempre será prazer recebê-los e sentir que a visita valeu, foi positiva e interessante, saber um pouco do Cel. Marcial Gonçalves Terra, Pedro Osório, Franklin Vaz Ferreira, Carlos Gomes de Abreu, Major Antônio José da Silveira, Dr., João Queiróz, Raul Bopp, Padre Antônio Didoné, Prefeitos e tantos outros.
Acreditamos que neste espaço público revitalizado e bem frequentado não só por estudantes, é possível uma linguagem especial para outras classes sociais, abrangendo a comunidade em geral.
Que nestes momentos de ressignificar vidas, após estes tempos difíceis, possamos colocar nas nossas relações pessoais, um pouco de tempo para cultuarmos muitas coisas e lugares não muito usuais, além de personagens que deram suas vidas pela construção de valores, espaços, serviços e alicerçaram a terra da Mãe de Deus.
Que em nossos recomeços valorizemos mais a vida no presente, pois, para construímos o futuro é imprescindível conhecermos e não nos esquecer do nosso passado, geralmente, tesouros guardados, à espera de sua atenção e olhar nos bem-intencionados museus.
O nosso Museu Dr. Hélio Franco Fernandes, tem muito a lhe mostrar e contar, foi adiada as festividades da Semana do Museu, alusiva ao dia 18 maio em se comemora nacionalmente o DIA DO MUSEU. Pelas calamidades ocorridas e em respeito aos nossos irmãos gaúchos.
Quando tudo melhorar e pairar no ar a serenidade e tranquilidade de um RS não doente e traumatizado, vai lá no museu, exercitar a sua liberdade, além de reforçar conhecimentos e reconhecer quem começou a formar nossa cidade Natal.
Abraços.
João Cesar Flores
Tupanciretã-RS
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