Nestes últimos dias as notícias que nos chegam têm um viés muito triste, quase sempre relacionadas com as tragédias climáticas que, sem dúvidas, abalam a todos, independentemente de onde ocorreram neste RS.
Porém, impacta profundamente a comunidade inteira, fatalidades da vida, que subitamente ocorrem e deixam devastadoras consequências emocionais, principalmente nas famílias mais envolvidas.
Estamos todos sujeitos aos acidentes de trabalhos e outros que determinam o fim nesta jornada, atos e fatos, que deixam profundas cicatrizes na alma e retalham corações.
É da lei suprema, “nascer, viver, morrer” quem de nós está realmente preparado para isso, pouquíssimos, ainda mais quando tudo é inesperado, acidente fatal, feito ao do Paulo César Pinheiro da Silveira, conhecido como Chiclé, que enlutou nossa cidade, consternou famílias, colegas, amigos e de forma marcante os amantes do futebol local.
Observamos as marcantes manifestações de carinho e amizades nas redes sociais, algumas vestidas de camisetas de equipes por onde passou Chiclé.
Da sua geração, vi sentidas condolências do Décio, Cobrinha, Vando, Brecha, Jairinho e outros tantos, que também jogaram com Chiclé, se não no campo ou na quadra, em outros lugares onde ele também, esbanjava categoria, responsa e batia um baita bolão.
"O futebol com seus encantos e magia, reserva sempre boas memórias e profundos vínculos entre as pessoas envolvidas, os boleiros de verdade, não se limitam as quatro linhas, eles ultrapassam e ficam na memória e nas saudades dos amantes da bola."
Dizem que a fruta não cai longe do pé, Paulo Chiclé, sempre lembrou o pai, mestre Palito, drible curto e preciso, noção de espaço do campo, ótimo passe, visão de jogo, carregador de piano, sem briga, sem pontapé e reclamações, apenas jogo bem jogado. Paulo Chiclé que vi jogar tinha toda esta elegância de atleta, além da força, disposição, juventude e um leve e discreto sorriso de quem sabia e conhecia o ofício.
Tal pai tal filho, Paulo Chiclé, também jogou no GEPO (Grêmio Esportivo Pedro Osório) nome em homenagem ao um grande percursor do progresso da nossa cidade, Pedro Osório que lá pelos anos de 1907 idealizou a Charqueada de Tupanciretã, que teve sócios como Marcial Terra, Carlos Gomes de Abreu, e, repatriou para cá, um construtor chamado “Bento José Pinto” que dá nome ao Estádio do Gaúcho.
Bento José Pinto, fundador do Bloco os Marroeiros, também organizou a primeira equipe de futebol por aqui. Sim, o estádio do Esporte Clube Gaúcho, centenário, é a casa do último campeão citadino de campo “Biras Bar” jogo memorável, eu estava lá e presencie o trabalho e a coordenação do treinador Paulo César Pinheiro da Silveira, o Chiclé, que já faz falta na beira do gramado e nas peladas entre amigos e colegas.
Lá no Museu Dr. Hélio Franco Fernandes, conto e mostro aos garotos algumas histórias do GEPO, por exemplo, que o Dr. João Queiroz Filho, quando foi ao Rio de Janeiro se especializar na sua área de medicina, se apaixonou pelo time do Botafogo, quando voltou, deu o primeiro fardamento do GEPO, com a condição de ser Branco e Preto e ter o escudo do Botafogo.
Temos no Museu também 53 poster de várias épocas da equipe do GEPO, em alguns, pai Palito conhecido atleta em épocas passadas. A passagem do Paulo Chiclé é mais recente, porém, ambos, fortes e boas referências do nosso esporte de campo. Poucas ações, movimentam e aglutinam tanta gente por uma mesma causa, mesmo que alguns, hoje tentam através do racismo e outras falcatruas, denegrir e manchar a soberania social do Futebol, ele continuará com esta eterna magia.
E além dos simples resultados, carimbar e eternizar, bons atletas, homens grandes e amigos eternos, “Paulo César Pinheiro da Silveira” o Chiclé, entre nós, foi um deles.
Chiclé ao lado do seu pai, Palito.
João Cesar Flores
Tupanciretã RS
TODOS CONTRA A DENGUE