Nesta fase de minha vida, não tenho motivos para não fazer o que me dá prazer. Bem por isso! Sou participante no grupo dos novos alunos, da Associação de Música e Artes de Tupanciretã (AMEART). Onde mesmo destoando muito na questão da idade, por meus 62 anos - não tem jeito de não ser o mais velho da turma. Na sua maioria, jovens adolescentes, porém, a música independe dos lugares e tempos, claramente, percebo que sou mais musical do que imaginava.
Assim, sigo estudante do 'ABC' da música, visto que, por uma razão ou outra, nunca tive uma sequência e disciplina que exige este aprendizado, mas sou um bom aprendiz dos metais, mais precisamente do Trombone de Vara. Instrumento que requer contínuos estudos e uma série de macetes, como a postura, embocadura e a respiração, já consigo algumas escalas, músicas que a orquestra têm em pauta, aprendi quem foi Ludwig Beethoven e sua “Ode de Alegria” que acho simplesmente linda.
"Para mim faz muito sentido a afirmação de que a 'Música é uma Linguagem Universal.' Realmente, a música é um dos perfumes e a sobremesa da vida, como disse o escritor e poeta paulistano José Geraldo Moutinho, 'A música absorve, o caos e o ordena'."
Tenho também na minha humilde credencial artística algumas letras de samba enredo que compus para as sociedades Salgueiro e José do Patrocínio de Júlio de Castilho, letras que foram cantadas nos bons e saudosos carnavais de ruas. Mas sou um romântico inveterado, Roberto Carlos é meu ídolo, os dois shows dele ao vivo e em cores que fui, jamais serão esquecidos, bem como, do tenor Josep Carreras, nas Missões. Mas sempre animará meu coração, também, os sambas do Zeca e Martinho, os muitos e bons sertanejos, as canções gaúchas e nativistas, no momento estou encantado com Flávio Leandro e Flávio José, forrós nordestinos, de fazer a gente cantar, sorrir e dançar sozinho.
Em 6 de julho de 2019, no Rio de Janeiro, morria João Gilberto Pereira de Oliveira, cantor violonista e compositor. Uma grande perda artística musical para o Brasil e o mundo. Uma história de talento e um bonito legado, carimbado e ovacionado pelos seus discípulos, entre eles, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Ed Motta, Daniella Mercury, Roberto Menescal, Chico Buarque e a inesquecível Gal Costa entre tantos outros. Um dos súditos do pai da Bossa Nova, afirma que João Gilberto, Cantava para dentro, com intensidade sonora pianíssimo e melosa, que sua batida no violão sempre foi um sopro de talento, João, uma brisa melódica refrescante para os ouvidos e para a alma. Mas ninguém resumiu tão magistralmente João Gilberto como o Gilberto Gil, pela sua citação ficamos todos conscientes de que João Gilberto, da confraria de Tom Jobim e Vinicius de Morais, seguirá Especial e Imortal.
Entre os dias 18/19/20/21 de agosto, na Casa de Cultura Dr. José Mariano de Freitas Beck, nestas as noites, a partir das 19 horas, reviveremos os nostálgicos tempos do Festival Estudantil da Canção, por coincidência, também, coordenado pela professora de música Syomara Herter Terra, agora, com o FESTCANTU, Festival da Canção de Tupanciretã, na sua terceira edição.
Evento que até seu início, passa por várias etapas de preparação e acertos de toda a ordem, e movimenta um pelotão de gente ligada a música, seja tocando, cantando, avaliando, transmitindo, sonorizando, organizando e claro aplaudindo e se deliciando com muitos cantores infantis, juvenis e adultos, nas mais diversas canções e estilos, mas todos, da fina flor da música, artistas da terra, talentos locais.
Destacamos o exímio violonista e simpático Regis Reis e grupo, outros finalistas dos FestCantu, como Lucas Lang com voz e estilo campeiro enchendo casa de talento, feito a menina Piovesan que agradou muito, além da ótima música e mensagem da jovem Lívia Pires. Dos jurados, sem comentário, alto e excepcional nível na área musical, portanto, em irreparável análise todos os intérpretes. Abrilhantando ainda mais a cultura da casa, no palco também, DTG Sentinelas da Tradição, CTG Tapera Velha, Clube do Samba, fechando o pacote, a Orquestra Nestor André Mantese e Banda Municipal que compõe nossa AMEART.
Que sobrevivam as bandas, orquestras e todos os festivais, salve a “música” e seus cantores e disseminadores, independente da categoria, género e qualificação, desde que “cantem e encantem.” Somente aos insubstituíveis e iluminados se dedicam os maiores louvores do mundo. Bem por isso, Gilberto Gil, que conhece e sabe muito, foi sutil e fatal na despedida com “Para João a música, a poesia e o amor.”
TODOS CONTRA A DENGUE