Não restam dúvidas de que a Inteligência Artificial é a maior e mais espetacular novidade tecnológica mundial. Quase tudo acontecerá com ela e por meio dela, trazendo resultados extraordinariamente positivos em muitas áreas.
A definição de Inteligência Artificial (IA) refere-se a uma tecnologia que permite às máquinas aprenderem, raciocinarem e compreenderem situações que, normalmente, exigiriam inteligência humana.
Segundo informações amplamente disponíveis, a IA opera por meio de algoritmos que processam grandes quantidades de dados, permitindo que as máquinas reconheçam padrões, tendências e se comuniquem. Assim, conseguem resolver problemas, prever ocorrências futuras e tomar decisões de forma autônoma.
Enfim, trata-se de um assunto de altíssima complexidade, muito além do senso comum para a maioria das pessoas. Já se fala em vários tipos de IA – mais usadas, mais ou menos poderosas etc. Até mesmo sobre profissões que poderão ser extintas devido à IA, já que as máquinas realizarão muitas atividades em nosso lugar. Menos mal que, ao que parece, educadores e professores não serão atingidos diretamente. Mais uma vez, a Educação continua sendo um dos pilares para a formação humana e um meio crucial para a evolução e o aprendizado coletivo.
Se escrever poesias faz de alguém um poeta, posso me considerar um. Já participei de 60 coletâneas poéticas, que, por meio de um sistema cooperativo, reúnem autores de várias localidades em uma mesma obra. Isso dá asas aos nossos escritos, alcançando até mesmo outros países por intermédio de correspondentes das Associações Literárias.
Tenho absoluta certeza de que, em todos os textos já publicados, há muito da minha alma e dos meus sentimentos. Tudo o que escrevo vem do coração. Minha essência como escritor está voltada para a vida, as alegrias, os desamores e os amores das pessoas. Mesmo sendo autodidata, consigo sensibilizar, transmitir boas mensagens e receber significativa reciprocidade.
Ainda não publiquei um trabalho solo e autoral, por razões pessoais. Talvez a hora ainda não tenha chegado, embora material não me falte. Fico impressionado com as ofertas para tal: há um mercado bem estruturado e repleto de boas intenções, que realiza excelentes trabalhos nesse nicho, movimentando a área editorial, tão importante para a cultura em geral.
No entanto, uma oferta específica me fez refletir profundamente, pois envolve a IA. Trata-se da possibilidade de editar um livro de 100 páginas, por um valor irrisório, em um prazo recorde de apenas uma hora. Basta fornecer a ideia e algumas diretrizes; o restante é feito pelo provedor do serviço. Em um piscar de olhos, o livro está pronto, com direitos autorais garantidos, certamente desenvolvido por Inteligência Artificial.
Considero humanamente impossível que, nesse processo amplamente oferecido, sejam transmitidos os sentimentos do autor. É claro que o texto será bem estruturado e correto – este mesmo que estou escrevendo passará por uma revisão editorial no JMD.
Peço desculpas pela sinceridade da minha opinião, mas não vejo problema em ser considerado retrógrado. Estou convicto de que um livro de poesias criado por esse sistema terá pouco ou quase nada da verdadeira identidade, dos valores, dons, pensamentos e sensibilidades reais de um poeta.
"É fato que as máquinas e seus inteligentes algoritmos irão moldar nosso futuro. No entanto, sempre haverá uma barreira intransponível: os sentimentos primordiais, como o amor".
O amor é “a única loucura de um sábio e a única sabedoria de um tolo”. Escrever poesias exclusivamente por meio da Inteligência Artificial, para mim, equivale a descartar os sentimentos que movem a vida na lata do lixo.