Nestes tempos de turbilhão coletivo mundial, em que rasgado está o colchão social da sociedade em geral, é fundamental lembrar da importância da conexão humana. As inquietudes de todas as classes em todos os lugares por múltiplas incertezas, teses e conceitos não coletivos são avassaladoras. As guerras comerciais têm o poder do sucateamento político, do desequilíbrio emocional, abalando os sofisticados sistemas financeiros, saúde e todos os outros em cadeia. No rodapé da nossa história está escrito em letras garrafais a relevância do dinheiro como maior referência de futuro e prosperidade, um tanto perversa.
"Nós estamos reescrevendo a história da humanidade e não um manual econômico."
Essa frase profunda nos lembra de que, em meio a tantas contemporizações e comunicados de grandes líderes mundo a fora, é fundamental manter a fé e a esperança.
A morte de cada homem diminui-me, porque faço parte do gênero humano, eis porque nunca pergunto por quem dobram os sinos, é por mim. Essa afirmação de John Donne reflete bem nosso hoje. Eu já entendi, no momento os sinos dobram por nós.
No meu trabalho no Museu local, no dia a dia, e nos eventos que estão sendo realizados, vejo e observo a nossa juventude e sinto que eles estão bem distantes da áurea negativa que os "grandes" nos submetem.
Como disse Jaime Leibovitch, ator e apresentador: "A vida é uma doença crônica, no final a gente sempre morre. Como toda doença crônica, não tem cura e sim tratamento. Todas as artes são tratamentos para a vida." Assim, sou muito feliz pelo meu local de serviço ter essa função, ser um portal e referência de tratamento para todos que lá se envolvem, participam, visitam.
Meu sonho maior, sonho grande mesmo, era voltar para casa, sonho simples, apenas sentar numa mesa farta, rodeado dos filhos, irmãos, esposa e amigos, rir com eles e mostrar-lhes meu amor. Também seguir trabalhando e com saúde.
Acredito que o mundo está convalescendo das pandemias e guerras, e quando essa crise passar – e vai passar –, todas passam. O sonho simples será sair nas ruas sem medo e respirar aliviado, já o sonho de perto será voltar a beijar e abraçar familiares e amigos.
Fique em casa mais um pouco, lave, pinte, dance, corte grama, faça almoço, escreva, leia, também não faça nada, apenas se sinta parte do universo, de mais importância à vida do que para os postos, triunfos e conquistas. Tira o pé, relaxa e não cobre muito dos outros nem de si próprio.
Dias destes olhei um filme com a esposa, "O Céu é Verdadeiro". Era a história de um menino lindo feito um anjo, que morreu, foi ao céu e voltou. Seu pai, que era pastor, foi o primeiro a acreditar e teve trabalho para fazer as outras pessoas, que se diziam cristãs, acreditarem na grandeza de Deus, profanada naquele inocente, que tão bem descrevia a magnitude superior a todos nós, seres vivos.
Chorei bastante, cada lágrima que caiu lavou minhas dúvidas e fortaleceu minha crença. Também, arrume um jeito, uma forma de ajoelhar sua alma, permaneça na mesma altura dos outros, acredite em ti, no próximo e em Deus, e não deixe de sonhar grande, simples e de perto.
TODOS CONTRA A DENGUE
