O livro que já li duas vezes, "Muito longe de casa", narrou a história real de Ismael Beah, um menino soldado que foi jogado na roda-viva da guerra em Serra Leoa. Com apenas 12 anos, ele foi forçado a lutar e matar, e sua infância foi marcada pela desumanidade.
A leitura deste livro me fez refletir sobre a importância da família e do amor. Perder a família é uma lástima, e quando não há tempo para despedidas, a dor é ainda mais intensa. A indiferença e atrocidades contra crianças sempre existiram, e é impressionante a frieza e ruindade com que crianças são tratadas em guerras e no nosso cotidiano.
Nestas guerras, o instinto animal do homem se manifesta de forma brutal, principalmente por ganância, prazer e poder. É imensurável a guerra silenciosa que vivem muitas crianças, e é certo que alguns adultos são relapsos e fecham os olhos. Notícias recentes de pais atirando filhos em pontes ou crianças sendo maltratadas de forma cruel, como no caso de crianças asfixiadas com desodorantes e tudo comandado virtualmente também por outros jovens são exemplos tristes e atuais da falta de compaixão e humanidade.
A Páscoa é um momento para refletir sobre o amor e a compaixão. Que este espírito de renascer e de amor maior possa dobrar corações e ajoelhar corpos doentes. Que as verbas para Educação e Saúde sejam sempre maiores que emendas parlamentares que são remetidas até por pix. Que as profissões sejam exercidas por pessoas comprometidas com o bem-estar dos outros, e não por aqueles que deturpam os sistemas e criam o caos.
"Que sejamos felizes nesta Páscoa com sensações de afeto e caridade. Que ninguém queira 9ser pai de Deus e imperador do mundo, senão continuaremos todos, muito longe de casa".
João Cesar Flores
Tupanciretã-RS
TODOS CONTRA A DENGUE