Estamos em novembro e invariavelmente se fortificam as discussões sobre o racismo, assunto que também ganhou eco nas campanhas presidenciais. Tem na Semana da Consciência Negra que se comemora, dia vinte de novembro, o ápice das contextualizações pelos vários eventos ou simpósios dos movimentos “Negros” espalhados pelo Brasil. Participam tanto os que não acreditam neste aparte social e consideram que somos todos iguais e com as mesmas oportunidades. Como aqueles que com números estatísticos, estudo, trabalho apontam ao contrario, até porque já experimentaram sentindo na pele o preconceito, que a meu ver, corre livre e solto disfarçadamente em todas as esferas sociais.
Segundo pesquisa do IBGE a comunidade negra aumentou, em 2017 era formada de 54,9% sendo 8,2% pretos e 46.7% pardos e foram os próprios entrevistados que se auto intitularam negros e pardos. Ainda sobre o levantamento dos dados, os negros sãos que mais morrem por arma de fogo, são os que mais sofrem pelo desemprego, são os que menos tem acesso a educação e saúde.
O escritor, Paulo Scott, afirma que se vive um momento inédito, nunca se viu tamanhas formulações, de cunho político, acadêmico, econômico e cultural em torno da busca de superação ao racismo. Foi lendo escritores negros como a mineira, Conceição Evaristo, que firmou ainda mais sua convicção da cruel dimensão do preconceito racial e a compreender a importância das novas vozes que vem ajudando a dissipar esta doença social.
Lisiane Lemos, pelotense, advogada e executiva de tecnologia, considerada uma das cem pessoas negras mais influentes do mundo. Afirmou que o mês da Consciência Negra é um mês de reflexão e ação. Lisiane, diz ser difícil participar de eventos, ver os avanços nas políticas de igualdade, e não ver nenhuma mulher executiva negra falando, pois, somos apenas 0,4% nas maiores empresas do Brasil. Pede a comunidade negra do RS que é de 1,2 milhões de negros, que usem a EMPATIA para crescerem criando novos espaços, libertando do tradicional e do que nos torna uniformes e sem criatividade.
Já o professor e doutorando em teoria literária e também escritor, na sua entrevista foi mais critico. “O mundo branco não permite que os negros chamem muita atenção.” Mas há dias que não queremos ser negros e isso não tem nada de negar a nossa origem. A luta diária nos cansa, há dias que preferimos não pensar que temos uma cor, há dias em que pensamos apenas reencontrar a humanidade suspendida, recuperar o direito de existir. Mesmo sendo difícil não há como baixar a guarda. “O corpo negro é sempre um corpo em risco.” A sociedade Brasileira não compreendeu que o racismo não é um problema só dos negros e sim de todos, sejam brancos, pardos e negros.
Fiz questão de transcrever estas opiniões acima com vocês leitor, porque o mais alto sentido da vida, está nas histórias pessoais, nos sentimentos humanos. Os citados acima entre outros tantos tem cacife para nós alertarem, que não devemos fechar os olhos e tapar os ouvidos para o racismo, esta doença tem cura no amor entre as pessoas. Abraços