OPINIÃO
Tupanciretã não aprende, enfim, quem aprendeu alguma coisa?
Inicio minha coluna dessa semana um tanto triste, mas ao mesmo tempo injuriado,
sinto-me um idiota, enganado pela narrativa demagógica e incoerente.
Nas ações que anteciparam os mais rígidos decretos por parte
da Prefeitura Municipal de Tupanciretã neste período de medidas sanitárias
extremas diante da Pandemia da Covid-19, necessárias, diga-se de passagem,
recebi muitos relatos de festas, aglomerações, reuniões, movimento intenso na
Avenida Vaz Ferreira entre tantas outras manifestações de indignação de pessoas
que estão cumprindo a quarentena, sim, existe uma camada da população que está
observando as normas.
Porém, diante de fotos e fatos, de uma discussão que extrapolou as redes sociais, em que um grupo de pessoas formadoras de opinião pública, entre eles políticos, comunicadores e cidadãos bem informados exibiam-se em uma comemoração de aniversário desrespeitando as medidas de combate à pandemia foi um duro golpe a quem ainda luta para diminuir a propagação do vírus e um incentivo para quem incorre da mesma prática. Episódios como esse se repetem não só em Tupanciretã, mas também Brasil a fora.
Não fosse a tarimba que o jornalismo me traz, não fossem os tempos hostis, teria agido de forma incoerente, mas zelar pela imagem diante das próprias palavras é algo tão precioso quanto o amor que sentimos pela família. Usar a influência para propagar demagogia não é crime, mas agir de forma incoerente é antiético e tão criminoso quanto circular sem máscara, beber em via pública entre outras ilegalidades tipificadas nesse tempo de pandemia.
Na verdade, no âmago, ninguém é prioridade,
mas agir de forma desrespeitosa e calculista virou sinônimo de coragem diante
da confusa massa de ignorantes que defendem pessoas e não atitudes. Perder o
moral é tão fácil quanto esquecer o guarda-chuva.
Fazer um conteúdo midiático do pavor, aprofundar a crise amedrontando e colocando pessoas em situação vexatória é prática de mau-caráter, e não de quem tem como premissa a missão de informar. Por esse motivo estamos rodeados de desinformação, nem sempre as coisas funcionam, mas usar da capacidade de estabelecer conceitos baseando-se no achismo virou a máxima no caos da crise Covid-19.