Não há como deixar o assunto de lado, quanto maior o grau de
insanidade mais atentado e confusa fica a relação da imprensa com algumas
pessoas. A internet é clara, mas também traz obscuridades, tudo é assim, se o
ponto de vista estiver saliente a percepção sofre alterações diante de vários
requisitos, porém, não podemos pessoalizar a questão.
Ser um agente público e não querer contrariedades
é o mesmo que jogar futebol e não aceitar o gol do adversário. Esse impasse
entre mídia e políticos é antigo, mas aos olhos dos alienados parece perseguição.
A história não se exime, e basta um pouco de força de
vontade para perceber que o posicionamento da imprensa mundial tem caráter
objetivo e também associativo, ou seja, atingir uma finalidade e preservar as
figuras apoiadoras, a não ser que a nota seja inquestionável.
Vamos buscar base na história e viajar ao ano de 1951,
segunda passagem de Getúlio Vargas pela presidência do Brasil, atente-se, havia
uma crise declarada entre a maioria dos meios de comunicação, sim, críticas
contra aspectos econômicos e administrativos, para não se alongar, procure
pesquisar mais sobre o tema. E nessa fase iniciava-se o ódio pelos meios de comunicação
que na época tinha como principal difusor de informação os veículos de massa. A
figura do jornalista Carlos Lacerda exemplifica o ódio traduzido em atentado
que o mesmo sofreu.
Anos mais tarde, a imprensa mais uma vez sucumbe na escuridão, o abismo que até hoje assola os profissionais. Um entendimento carregado de elementos desconstrutivos que impõe ao país ser a 107° nação do mundo em liberdade de imprensa. A censura durante a ditadura imposta pelo golpe civil-militar de 1964: lei de imprensa de 1967 e censura prévia, 1970. Sem contar a perseguição. Quando leio que jornalista não pode opinar, fico pensando. Então a liberdade de expressão tão alardeada não serve para esta profissão?
- Paga com a morte! Sim, como aconteceu com o jornalista
Vladimir Herzog, morto de maneira forjada nos porões da ditadura.
Anos mais tarde seguia o impasse emblemático, Rede Globo x Leonel
Brizola. Quem nunca viu o direito de resposta narrado por Cid Moreira no
Jornal Nacional? Nem vou estender-me nesse fragmento, pois a contenda é marcada por amor
e ódio.
Em 2015, em discurso em comemoração ao Dia do Trabalhador,
Luis Inácio Lula da Silva atacou a imprensa de maneira hostil ao declarar: “Aí
vem essas revistas brasileiras que são um lixo, não valem nada”. Esse é apenas
um episódio entre tantos que ocorreram.
Não vou citar o modelo atual, mas diante do exposto acima posso afirmar com convicção: bolsonaristas, a crítica editorial não é um privilégio exclusivo.