O programa Campo Web do último sábado, 25/01, teve como convidado Edson Rodrigo Oliveira Vendrusculo, tupanciretanense que hoje vive no estado do Mato Grosso. O agrônomo falou da sua experiência de vida, da sua formação profissional e dos caminhos que o levaram a construir carreira na região Centro-Oeste brasileira.
Falando sobre sua iniciação na agricultura, Edson Vendrusculo ressaltou o incentivo da família: “Sempre tive no DNA o amor pela agricultura, passado pelos familiares. Ao trabalhar em propriedade rural em Tupanciretã, tive a oportunidade de aprender pela prática, disse o agrônomo, que destacou, entre outros, os nomes de Odoni Soldera e Valdir Mingotti como motivadores de sua carreira no agro.
Tendo adquirindo diploma de ensino superior posteriormente, Edson deu detalhes dos anos de estudante. “Creio que um diferencial foi o fato de que, quando entrei na faculdade, já tinha tido muita experiência prática. Me formei na UFSM em 2001. ”, disse.
O agrônomo também contou como se deu sua mudança para o centro-oeste do Brasil: “Em 2002, vim para Goiás conhecer a cultura do algodão e o bioma do cerrado. Em 2005, tive nova oportunidade de voltar à região, e acabei me direcionando ao Mato Grosso, já são 15 anos. Hoje sou diretor de operações em uma empresa de fundo de investimentos na cidade de Primavera do Leste. Trabalhamos na produção de sementes de soja, milho. ”, revelou Edson, bastante adaptado ao estado do Mato Grosso.
O agrônomo revelou ainda dificuldades climáticas para a safra desse ano no estado do centro-oeste: “Nesses 15 anos que estou no Mato Grosso, esse ano a chuva tardou bastante, e continua pouco uniforme. Como consequência, tivemos culturas com ciclos precoces e problemas de plantabilidade. Estimo a safra de soja no estado em cerca de 15% a menos do que era esperado para o ano. ”
Edson também deu detalhes sobre a empresa em que trabalha atualmente. “É uma empresa de capital estrangeiro. A corporação teve origem na Argentina, e hoje conta com investidores americanos, ingleses e árabes. ”
Levando em consideração o Projeto de Lei nº2963 /2019, que trata da venda de terras rurais para estrangeiros, o agrônomo tupanciretanense também revelou como se dá o convívio do agro nacional com um grupo de investimentos vindo do exterior: “Em 2013, começamos um projeto de reestruturação, e nos adaptamos ao modelo brasileiro. Inclusive com ações como dias de campo. O dinheiro pode ser de fora, mas nós somos brasileiros”, explicou.
Edson também vê com boa fé o interesse estrangeiro em terras brasileiras, desde que a lei seja respeitada: “Não vejo problema em um estrangeiro comprar um pedaço de terra, desde que obedeça às legislações brasileiras. ”
Para o futuro, Edson vê dois pontos principais que farão a diferença para o agro dos próximos anos: “A primeira tem a ver com o meio digital, com o uso da tecnologia, com a rapidez de informação. Quem não entender melhor essa questão, tende a ficar para trás. O outro ponto tem a ver com o cuidado ambiental. É uma realidade, é uma exigência mundial que não podemos evitar”, finalizou.