As margens de lucro obtidas na safra 2020/2021 não devem se repetir em 2021/2022. É o que sugere levantamento feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), publicado no portal Agrolink.
A pesquisa analisa informações de painéis de levantamento de custos de produção de grãos no Rio Grande do Sul. Foram analisados painéis das cidades de Tupanciretã, e também de Bagé, Camaquã, Carazinho, Cruz Alta e Uruguaiana, relativos à produções de soja, milho, trigo e arroz.
O aumento de preços e a recuperação produtiva fizeram com que a receita e as margens da safra 2020/2021 fossem altas. Porém, em 2021/2022, se percebe que os custos seguem em tendência de aumento, enquanto os preços já começam a demonstrar estabilidade. Essa condição deve estreitar a margem de lucro.
No caso da soja, nas duas últimas safras, diversas áreas da produção tiveram aumento: sementes (38%), operação Mecânica (20%); juros de capital de giro (14%); Frete (53%). Dados do levantamento mostram que o preço pelo qual a saca de soja deve ser comercializada para cobrir os custos de produção saltou de R$ 67,00 para R$ 85,00.
Ainda que em menor grau, o milho também apresentou aumento nos custos: valor mínimo do saco para cobrir os custos era de R$ 34,87 na última safra, e atualmente teria de chegar aos R$ 44,47. Pelo lado bom, o preço de venda desse grão subiu 72%.
O trigo também está em situação semelhante. O preço de venda subiu fortemente (90% na safra 2020/2021), porém os custos para produção também subiram: sementes (35%) e fungicidas (38%) puxaram a alta, junto com Custo Geral (49%).
Com o arroz, acontece o mesmo cenário. Preços de venda subiram, garantindo aumento de 52% em receita. Porém, os custos também sofreram crescimento de preços: sementes (29%); herbicidas (34%); operação mecânica, 23%; custos de colheita, 19%; irrigação (32%).