Ao início da conversa, Daniel fez uma retrospectiva da história da Projetar:
- “A empresa surgiu há praticamente 15 anos atrás, como um sonho de um dia me tornar um profissional e poder contribuir na parte de assistência, auxiliando o produtor, e contribuindo com o país. Em sua origem, a empresa prestava serviços para quatro produtores, em 3000 hectares”.
A evolução tecnológica, tanto no campo da química como da biologia, foi um desafio para Daniel. Porém, também foi um estímulo para buscar cada vez mais conhecimento e experiência no ramo:
- “Antigamente, era muito fácil trabalhar: o glifosato resolvia tudo, fungicidas eram dois e cultivares de soja eram três. Íamos para a lavoura apenas para olhar lagartas, praticamente. Com o passar do tempo, a demanda aumentou: a ferrugem asiática aumentou, os fungicidas passaram a não controlar, e saltamos para mais de 100 em praticamente cinco anos. Então, ficamos sem conhecimento. Há dez anos, me inspirei em colegas, e comecei a fazer ensaios de cultivares de soja. Começamos com doze cultivares, a mais plantadas na região. Então, conseguíamos ajustar as variedades com a época. Trabalhávamos com dois fungicidas, e passamos a operar com 17 moléculas. Novamente, voltamos ao campo para testar quais funcionavam melhor e adequá-las a nossa realidade”.
Atualmente trabalhando com o cultivo do trigo, Daniel comentou do trabalho que vem sendo realizado:
- “Era preciso fomentar novamente a cultura do trigo. Pois daria retorno financeiro, além de rotacionar as culturas. Começamos com doze cultivares, e hoje temos 24. Em cinco anos, conseguimos adequar materiais mais produtivos, com maior resistência à doença. Também compreendemos a janela certa de cada cultivar: em Tupanciretã, as condições climáticas são diferentes. Precisamos adequar a cultivar, economicamente viável ao produtor, para que ele possa rentabilizar durante o ano”.
A ideia de estudar métodos de adubação partiu do próprio Claudemir Richter, situação que ressalta a harmonia entre o engenheiro agrônomo e o produtor rural:
- "Aplicamos ureia em diferentes estágios, e chegamos à conclusão que a melhor situação era quando enterrávamos toda a ureia antes do cultivo. Conseguimos incrementos de seis sacos por hectare. Isso aliado a um melhor controle de doenças e a uma cultivar mais adequado, na soma, chegamos a cerca de dez a doze sacos”.
A família Richter possui uma história de 45 anos em Tupanciretã. São 45 safras produzindo e contribuindo para o desenvolvimento do agro gaúcho. Claudemir Richter comentou brevemente a história da família:
- “Na época de 1976, o pai começou a lavoura. Hoje, plantamos com alta tecnologia. Eu sou apaixonado pelo trigo: de 1100 hectares, temos 460 hectares de trigo”.
E também falou da parceria com Daniel, ressaltando a importância da assistência técnica:
- “O Daniel trouxe ideias e resolvemos começar a pesquisa aqui dentro da nossa propriedade. Nem sempre o que funciona em outras lavouras vai servir para a tua plantação. Então, fazemos a pesquisa de campo, e sempre tiramos alguma variedade nova. Tudo passa pela assistência técnica. Os produtos, quando saem do mercado, primeiro são oferecidos pros agrônomos. Então, estamos saindo na frente, com a ajuda do Daniel. Hoje, se tu queres ir bem, é necessário um agrônomo que te ofereça orientação sobre os produtos atuais. Nós, produtores, temos a visão de campo, mas não a dos produtos. É da qualidade do serviço que vem o lucro”.
Ao final da entrevista, Claudemir revelou suas expectativas para a safra de trigo:
- “Vislumbrava colher acima de 60 sacas. Porém, com as dificuldades enfrentadas nas épocas de frio e chuva, penso que, se fecharmos na média de 58, será uma ótima colheita. Estamos experimentando algumas variedades novas, para o futuro”.
Atualmente, o RS aumentou a área de trigo: de 750 mil hectares para mais de 1 milhão e 100 mil. Em Tupanciretã, a área passou de 12 mil hectares para 16 mil.