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Espaço Agrícola

Campo Web do último sábado (9) conversou sobre clima com Mauro Costa Beber

Compilando dados climáticos em sua propriedade há mais de 30 anos, o agricultor compartilhou estudos sobre tendências climáticas, relação clima/produtividade, entre outros aspectos

Publicada em 11/10/2021 às 19:13h

Leonardo Pinto dos Reis - Estudante de Letras


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Campo Web do último sábado (9) conversou sobre clima com Mauro Costa Beber

 

 

No último sábado (9), o Programa Campo Web, bate-papo sobre o mundo agro apenas para pessoas inteligentes, conversou com o agricultor e estudioso do clima, Mauro Costa Beber. Em sua propriedade, na região centro-norte do RS, Mauro conduz, há mais de 30 anos, estudo sobre o clima em sua região. Os resultados foram recolhidos e serviram como base de dados para estudos sobre tendências climáticas e sobre as relações entre clima e produtividade agrícola. 

 

No início da conversa, Mauro falou sobre a origem desse trabalho estatístico: 

  • “Quando vim morar na propriedade onde moro até hoje, (divisa entre Condor e Palmeira das Missões, no centro-norte gaúcho) comecei a anotar todos os dados desse local. Durante esses 32 anos, anotei todas as chuvas, geadas, granizos, vendavais que ocorreram. E isso me trouxe dados. Eu tinha esses dados em uma planilha do Excel e, cinco anos atrás, resolvi buscar ver a correlação dos acontecimentos da natureza. Comecei a ver mapas dos oceanos Atlântico e Pacífico, e aí montei uma planilha maior. E fiz também, com a ajuda de uma de minhas irmãs, as correlações estatísticas. Assim, cheguei a esse número de dados e informações”, disse, explicando que esse estudo ajuda a entender variáveis da lavoura. 

 

 

Em seguida, explicou a diferença entre clima e tempo: 

  • “O tempo é o que está acontecendo no momento presente: tem sol, chove, temperatura, umidade relativa. E, se anotarmos o que acontece em cada dia durante trinta anos, temos o clima. Então, o clima é a média do tempo de trinta anos. Por exemplo, aqui em Condor, no mês de julho sempre faz temperatura média de 5°C. Então, por que sabemos que ano que vem será frio em julho? Porque na média de trinta anos, fez frio. A Climatologia estuda o clima; a meteorologia estuda o tempo”. 

 

 

Iniciando a apresentação da sua análise de dados, Mauro apresentou relações entre características do Oceano Atlântico na costa brasileira e a produtividade das lavouras: 

  • “O Oceano Atlântico no Nordeste Brasileiro tem uma correlação muito grande com a produtividade de trigo na Argentina e no Rio Grande do Sul. 95% das vezes em que esse Oceano Atlântico Nordeste está aquecido nos meses de março, maio, junho, a produção de trigo é excelente. É um dado que a estatística mostra. Já a costa sul do Brasil tem uma correlação enorme com as chuvas no Rio Grande do Sul entre dezembro e abril. Quando a temperatura dessa região do oceano está mais de 1°C mais quente do que a média, chove abundantemente no norte gaúcho, resultando em safras de soja muito boas. Essa correlação é de 78%”, ressaltando como essas variáveis também agem nos preços das commodities e explicando métodos para construir relações entre variáveis climáticas e produtividade através do uso do Excel e da correlação de Pearson. 

 

 

 

 

Comentou a ação do La Niña na safra gaúcha: 

  • ‘Com o La Niña, no Rio Grande do Sul, na média colhemos um pouquinho menos. Mas, no contexto nacional, a diferença de produtividade é muito pequena”.

 

 

E falou também de situações de grande quantidade de chuva em intervalos relativamente curtos de tempo: 

  • “Tenho dados sobre isso que datam de 37 anos. Se estivermos em situação de El Niño ou La Niña, há uma probabilidade de acontecer. Agora em outubro, vamos entrar no El Niño, e a probabilidade é de cinco para oito anos. Então, essa grande quantidade de chuva acontece em cinco de oito anos. Ou seja, há a probabilidade de acontecer de novo. Em 2018 e 2019, tivemos muito replantio, justamente porque aconteceram essas chuvas torrenciais”, disse, mostrando planilha com probabilidades de grandes chuvas. 

 

Mostrou ainda planilha mostrando a produtividade de soja em relação à época de plantio: 

  • “Quando ocorre El Niño ou La Niña, em nossa propriedade, nota-se que, na maioria dos anos, a produtividade é maior se conseguirmos plantar até 10/11. Em 2018 e 2021, a média de produtividade foi de 15% a mais. Por quê? Porque, geralmente, com o La Niña, há muito calor no final de fevereiro e começo de março, e menos chuva em março. Assim, as plantas conseguem encher melhor o grão”, disse. 

 

 

Ao destacar a relação entre produtividade e milímetros de chuva no cultivo da soja, destacou a importância da distribuição das chuvas: 

  • “Não adianta chover 70 mm em 1/2, e 70 mm em 28/2, e termos 140 mm no mês, se houver essa má distribuição. O que mais importa para a produtividade da soja é a regularidade. A melhor situação seria termos 120 mm, com quatro chuvas de 30mm”. 

 

 

Ao final de sua fala, destacou o papel da agricultura na economia do estado: 

  • “Vemos o Rio Grande do Sul com crescimento em todos os setores porque tivemos uma boa safra em 2021. Isso irrigou a economia do estado, e esperamos que isso aconteça novamente no ano que vem”. 

 

 










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