O Programa Campo Web do último sábado (16) teve uma bate-papo inteligente com membros do time da Raíx Sementes, empresa que oferece mix de sementes de plantas de cobertura com o intuito de preparar o solo para o plantio de culturas como milho, trigo e soja. Os engenheiros agrônomos André Rech e Marina Junges detalharam as combinações de sementes oferecidas pelas Raíx, destacando o diferencial da marca no auxílio ao produtor.
No início da conversa, André contou um pouco sobre as origens da Raíx Sementes:
- “A Raíx iniciou em São Miguel do Oeste (cidade em Santa Catarina), e tem doze anos de mercado. E seis, sete anos de muita pesquisa e desenvolvimento, para chegarmos aos nossos mix de cobertura que tem ajudado os produtores aqui do sul do Brasil a serem mais eficientes”.
Então, explicou o foco dos produtos da empresa:
- “Trabalhamos com mix de cobertura pensando no sul do Brasil, no clima subtropical. São espécies temperadas: aveia branca, aveia preta, ervilhaca, centeio. Há muito mercado na região sul, tendo em vista as culturas da soja e do trigo. É uma tecnologia com muito estudo e pesquisa, para que o produtor tenha a máxima plantabilidade, com proporcionalidades corretas e correções de densidade”, explicou.
A questão dos procedimentos a serem feitos durante o vazio outonal, momento de preparação do solo para posterior semeadura, também comentada por André:
- “No vazio outonal, temos duas possibilidades: o RX-440, que tem na composição milheto, trigo mourisco e o nabo forrageiro. Um mix rápido, em 60, 70 dias entrega de quatro a seis toneladas de palha diversificada por hectare. Ou então o 410, que é uma mistura de crucíferas e gramíneas, pensado para o pré-trigo. São os dois materiais mais rápidos. Para ciclos mais longos, temos o 210, para plantar em março. E o RX-110, formado por três gramíneas e duas crucíferas. Esses mix vão bem em ambientes mais degradados, mais arenosos e com menos chuva. O primeiro passo é o produtor identificar o ambiente onde está”.
Por conter bastante variedade de plantas no mix, a diferença entre as sementes poderia acarretar em dificuldades. Porém, a Raíx Sementes se antecipou a esse problema:
- “Os mix da Raíx foram estudados para apresentarem a máxima correção das diferenças de peso (entre as sementes do mix). Em mix acima de três, quatro, cinco espécies, você gera aquela conectividade entre as sementes. Então, na semeadura de inverno, o produtor terá uma massa densa, compacta, que desce uniformemente, sem segregação e fluxos vazios. A semente é um ser vivo, e nós prezamos a qualidade ao máximo. Produzimos a semente em parceria, no sistema vertical. Fiscalizamos, monitoramos e ajudamos a aplicar os produtos, quando necessário. Para os mix da Raíx, as sementes tem de ser com alto padrão. Isso é regra”.
Também foram feitas comparações entre a palhada adquirida com mix Raíx e com outras culturas:
- “Essa cultura (trigo) colocará até 3,5 toneladas de palha na superfície. E a aveia tem produzido, em média, 4,8 toneladas de palha em 90 dias. E os mix da Raíx chegam a entregar 7,5 e até 8,5 de toneladas. Por que eles produzem mais? São plantas que tem hábitos de crescimento diferentes, não competindo entre si, estimulando novas relações simbióticas no solo”.
Em segunda, Marina deu exemplos de melhor desempenho através do uso dos mixes Raíx
- “Temos diversos casos de produtor que plantou mix Raíx RX-440 no final de fevereiro e, agora com o trigo em cima, está tudo certo. Em Cruz Alta, tivemos aquelas chuvas de 100mm. Áreas sem cobertura: erosão. Áreas com Raíx: muita palhada e solo protegido. Isso com certeza irá refletir em produtividade. Temos dados da Universidade Federal de Santa Maria, Fundação ABC, entre outras, e a tendência é que se produza de 5% a 10% a mais. Tendo palhada e raiz diversificada, e armazenando água do inverno, com certeza haverá maior produção”.
Se encaminhando para o final da entrevista, André analisou como se dará o sistema de plantio nos próximos anos:
- “O mundo fala em sustentabilidade, e o produtor já está buscando produzir com mais eficiência. Tenho relatos de produtores que colheram a mesma quantia com 30% a menos de chuva. Outras lavouras já não fazem herbicida na soja, pois há a palhada protetora do solo. Os jovens, que se formaram e estão assumindo propriedades, já estão pensando em médio prazo. O mundo está exigindo produtos de maior valor biológico”, afirmou.
