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Espaço Agrícola

Campo Web do último sábado (4) conversou com a presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Fátima Marchezan

Primeira mulher presidente de Associação de Arrozeiros no RS, Fátima revelou desafios da cultura do arroz no estado

Publicada em 09/12/2021 às 20:12h | Leonardo Pinto dos Reis - estudante de Letras 

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Campo Web do último sábado (4) conversou com a presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Fátima Marchezan
 (Foto: JM Digital)


O Programa Campo Web do último sábado (4) bateu um papo inteligente com a presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Fátima Marchezan. A profissional revelou detalhes da história do cultivo do arroz no município, e também desafios da produção nos dias atuais. 

 

Além disso, também comentou sobre atuações da Associação dos Arrozeiros de Alegrete e de imbróglio entre o Instituto Riograndense do Arroz (IRGA) e o governo do estado. Confira abaixo os principais assuntos da conversa: 

 

ARROZ NO ALEGRETE 

  • “A cultura chegou no município há cerca de 100 anos, iniciando como cultura de subsistência dos descendentes de imigrantes. Uma das heranças que a cultura do arroz trouxe foi uma alteração no microclima da região. Hoje, temos no município cerca de 800 reservatórios de água, para cultivo do arroz, que alimentam as nascentes e o lençol freático”, informou Fátima. 

 

Em tempos presentes, a cultura do arroz recebeu a companhia da oleaginosa mais querida de Tupanciretã: 

  • “Nos últimos anos, a cultura tem oscilado em função do clima. Aqui, a soja começou como sucessão da lavoura do arroz. Mas, nos últimos anos, a oleaginosa vem numa crescente, e no último levantamento, a soja já ultrapassou o arroz”.

 

Fátima também falou do contexto da safra atual: 

  • “Nesta safra, todo mundo iniciou o plantio com barragens cheias. Mas, esperamos manter pelo menos uns 50mm por mês de chuva, para repor o que se utiliza no processo de irrigação”. 

 

 

 

 

PRODUTIVIDADE E PREÇO 

A presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete ressaltou a questão da pandemia, que trouxe também problemas logísticos, e a questão de países asiáticos que diminuíram a exportação pensando na segurança alimentar da sua população. Pormenores que movimentaram o mercado: 

  • “Nesse contexto de pandemia, o preço do arroz subiu muito. E, pela primeira vez, o produtor conseguiu colocar as contas em dia. De três meses para cá, porém, o arroz já está quase na metade do preço, enquanto alguns insumos aumentaram de maneira exponencial. Em uma lavoura com bom nível tecnológico, se o produtor não atingir pelo menos 350 sacas por quadra (9 toneladas por hectare), irá operar no negativo”, afirmou, citando que o preço de US$ 20 provavelmente foi o maior preço de comercialização da história.  

 

CULTIVO 

Fátima também detalhou o processo de cultivo: 

  • “A planta de arroz necessita de muita água, sendo que ela também funciona como um herbicida natural, abafando as plantas invasoras”, disse, ressaltando que também existem outros métodos de cultivo que não utilizam, necessariamente, o solo encharcado.  

 

  • “O ambiente temporário de uma lavoura encharcada forma um ecossistema: anfíbios, pássaros e aranhas se reproduzem no local. Há mais de cinco anos, o grão de arroz não carrega nenhum tipo de resíduo dos produtos utilizados na lavoura, indicam as avaliações”, revelou, ressaltando estudos científicos que mostram a lavoura de arroz funcionando como filtro da água. 

 

 

ASSOCIAÇÃO DOS ARROZEIROS, IRGA E GOVERNO DO ESTADO 

Enquanto presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Fátima comentou da situação do Instituto Riograndense do Arroz: 

  • “O Instituto Riograndense do Arroz (IRGA) foi criado nos anos 40, buscando o desenvolvimento sustentável da lavoura. O produtor repassa 70 centavos para a receita estadual, que então destina esse recurso para o IRGA. Porém, o atual governo, e outros anteriores, vêm se apropriando de parte desse montante sem efetuar o repasse. Assim, ao longo dos anos, o IRGA tem sofrido perda de profissionais por falta de valorização e também atraso em pesquisas que poderiam trazer melhorias do produtor ao consumidor”, revelou, citando ainda a burocracia nos trâmites do Instituto.  

 

E revelou atitudes tomadas no âmbito jurídico para reverter essa situação: 

  • “A Associação entrou com mandado de segurança pedindo que esse valor seja repassado integralmente para o IRGA. Queremos ter o respaldo jurídico para receber esse montante”. 

 

Falou ainda da participação dos produtores com a Associação: 

  • “Temos um programa de auxílio mútuo, onde os produtores formam um fundo e, em caso de sinistro esse montante cobre as perdas até determinado limite. Temos observado um aumento crescente de participantes desse fundo. A entidade também é muito participativa na cidade, e certamente está entre as três mais organizadas em nível estadual”. 

 

 




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