Campo Web do último sábado (11) conversou com o especialista em aplicação, Leandro Dreher
Também membro da Bocaverá Agrícola, explicou detalhes sobre os melhores métodos de uso dos aplicadores agrícolas
Publicada em 16/12/2021 às 20:17h
Leonardo Pinto dos Reis - Estudante de Letras
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(Foto: JM Digital)
O Programa Campo Web do último sábado (11) bateu um papo inteligente com o engenheiro agrônomo Leandro Dreher, especialista em aplicação e membro da Bocaverá Agrícola. O especialista deu detalhes sobre a aplicação de herbicidas, fungicidas e inseticidas, revelando detalhes para uma melhor utilização dos equipamentos, ressaltando a necessidade da manutenção e limpeza das máquinas.
Ao início da conversa, Leandro fez uma retrospectiva de sua formação:
“Formei-me em 1996, época onde não havia muitas opções de emprego. Trabalhei dez anos como produtor rural, e então escolhi essa área que é uma soma de engenheiro agrônomo, mecânico e eletrônico. Me dedico a fazer com o produtor tenha um resultado satisfatório”
Falando, então, de aplicação, o especialista ressaltou o que considera mais importante:
“O principal é o uso correto da máquina. Às vezes, um pequeno produtor com um pulsador de 600 litros pode ter melhor resultado do que um grande produtor com máquina de última geração. É preciso comprometimento em toda a cadeia: da receita até a aplicação”.
E destacou que, em se tratando de aplicação, a pressa é inimiga da perfeição:
‘É preciso trabalhar em uma velocidade menor, para que se possa atingir uma aplicação perfeita. Um cruzador trabalhando a 18km/h, e depois a 15km/h, a diferença é muito grande. Trabalhando mais devagar é possível evitar erros”.
Em seguida, Leandro Dreher comentou sobre o GPS (agora chamado GNSS, conforme explicou):
“Antigamente, não havia piloto automático, e geralmente era feita uma reta AB. Hoje, temos sinais de correção que são muito bons, permitindo ao piloto fazer curva. Em uma área maior, inclinada, é melhor fazer em curva. Vemos muitas concessionárias sem capacitação para fazer uma entrega técnica perfeita”, disse destacando a importância do sinal pago para garantir precisão com repetibilidade.
“Hoje, a própria fabricante vai exigir um padrão de gotas, e temos que tentar nos adequar a ele. Existem produtos sistêmicos que exigem uma gota grossa, mas não demasiadamente. A recomendação da ponta de pulverização mais adequada vai depender de cada caso. Temos também muitos adjuvantes de calda bons no mercado, que podem ser usados para tentar melhorar a aplicação. Uma gota fina, por exemplo, tem uma vida útil de 20 centímetros. Às vezes, o aplicador ergue a barra e esquece de baixar. Assim, acaba perdendo muita gota”, disse, elencando parâmetros que devem ser observados para uma melhor gota.
Outro ponto de extrema importância é a manutenção do pulverizador:
"O mínimo que a gente pede é que, a cada rodada de aplicação, o pulverizador fosse desmontado e limpo de maneira bem caprichada em todos os componentes. Quando for parar por uns cinco, dez dias, passe uma água limpa no equipamento, para que a máquina consiga fazer um trabalho satisfatório. É preciso ter conhecimento do equipamento que estou usando. A maioria dos cruzadores hoje vem com chuveirinhos de alta pressão que lavam o tanque. Devemos colocar um produto de limpeza de tanque, e deixar agindo durante 30 minutos. Devemos limpar seção por seção. Filtros, bicos. Depois, enxágue de água limpa por 10 minutos”.
E destacou atenção especial à ponta de aplicação:
“Hoje, por estarmos aplicando calda muito densa, o correto é trocar a ponta todo ano. Aos produtores que atendo, sugiro o uso do filtro do bico. Com o cone, às vezes não conseguimos ver que está entupido. Ele diminui a vazão e concentra muito produto no difusor. O cone forma, mas não com vazão suficiente”, disse, ressaltando também a qualidade do filtro de linha".
A água é importante não apenas na hora da limpeza, mas também como componente de aplicação. Por isso, exige cuidados:
“Muitas vezes, o pessoal não cuida a temperatura ou a composição da água. No mínimo, é preciso um medidor de pH, para garantir que a água é boa. Ao puxar bomba de uma barragem, por exemplo, acaba-se pegando muito resíduo e acaba trancando o equipamento”.
BOCAVERÁ AGRÍCOLA
Leandro Dreher também comentou sobre sua empresa:
“Oferecemos desde a parte de limpeza de tanque, demonstrando o processo. Calibramos o cruzador e verificamos o censor de pressão. Em relação a peças, temos a parte de pulverização de praticamente todos os produtos que existem no mercado”.