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Espaço Agrícola

Em sua segunda edição de 2022, Campo Web conversa com o presidente da Aprosoja RS, Décio Teixeira

Impacto de estiagem na safra e visita da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao RS foram algumas das pautas da entrevista

Publicada em 19/01/2022 às 17:35h

Leonardo Pinto dos Reis - Estudante de Letras


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Em sua segunda edição de 2022, Campo Web conversa com o presidente da Aprosoja RS, Décio Teixeira
 (Foto: JM Digital)

No último sábado (15), o Programa Campo Web, bate-papo inteligente sobre o mundo agro apresentado por José Domingos, conversou com o presidente da Aprosoja RS, Décio Teixeira. Entre os assuntos tratados, o impacto da estiagem na produção agrícola, e a visita da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao Rio Grande do Sul. 

 

Dependendo da água como um dos elementos básicos, a agricultura é bastante afetada pela escassez hídrica. Assim, no início da conversa, Décio Teixeira comentou sobre a atual estiagem, comparando com situações de secas anteriores: 

  • “Tenho 50 anos de lavoura. Em 83, tivemos uma seca monstruosa, ficamos com 44 dias sem chuva, e todos os rios da propriedade foram secando. Conseguimos nos levantar porque o governo nos deu um aporte e prorrogou os financiamentos com juros baixíssimos. A seca atual, já vem desde o inverno, pois desde lá tivemos pouca chuva”.  

 

José Domingos lembrou que a seca dificultou também a fase inicial do cultivo, com muitos produtores não conseguindo terminar a semeadura: 

  • “Consegui plantar, mas já com pouca umidade. Germinou porque a semente era de excelência, mas a planta está parada”.  

 

 

 

 

A visita da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também foi comentada pelo Presidente da Aprosoja RS: 

  • “É uma pessoa extraordinária e tem uma competência muito grande. Uma mulher que leva as suas tarefas até o final. Sabemos que o governo não tem condições de fazer todo o necessário para o produtor. Porém, existem outras maneiras de superar essas dificuldades. Temos de unir todas as entidades”, disse, revelando que o primeiro contato com a ministra para a visita ao RS foi realizado pela Aprosoja, e também citando que, durante a visita ao RS, a ministra da Agricultura veio junto de outras autoridades, como o presidente da Embrapa, e membros dos ministérios da Economia e do Meio Ambiente, a parceria entre diversos setores foi ressaltada.

 

Décio comentou também sobre documento enviado ao governador Eduardo Leite no qual constam medidas que os produtores pedem que sejam tomadas para o enfrentamento da estiagem: 

  • “Foi um documento feito por várias mãos. A primeira necessidade é a anistia aos produtores, pois eles não têm condições de superar as dificuldades sem a ajuda do governo. Além disso, o Rio Grande do Sul está isolado, por ter uma malha ferroviária cujas medidas são diferentes do resto do país. Mesmo que tivéssemos que trazer milho do Mato Grosso para suprir a falta, o frete rodoviário inviabilizaria isso. O milho chegaria no RS muito mais caro do que custa”, disse, revelando que essa última questão foi conversada com o ministro da Infraestrutura. 

 

Citou ainda outras pautas apresentadas no documento: 

  • “Também há a questão do barramento de rios. Hoje, é proibido fazer açudes no app (áreas de preservação permanente). Mas onde iremos fazer um açude senão em área de umidade? Precisamos procurar áreas para reservar água. Também há a questão da mata ciliar. Aqui no Brasil, nós protegemos. Mas, indo para os Estados Unidos ou Europa, eles não possuem mais nada disso”, disse, revelando previsão de liberação de R$ 200 milhões pelo governo do estado para aberturas de poços e construção de açudes.  

 

As dificuldades financeiras que a estiagem provoca também foram comentadas: 

  • “Temos que fazer algo diferente em matéria de rolagem de dívidas. Não podemos carregar endividamento. Temos de melhorar nosso seguro. Criar um fundo para que fique mais fácil para o produtor pagar. Pretendemos que o BNDES conceda dinheiro para o produtor pagar a conta no banco ou na empresa. O negócio tem de continuar fluindo”, disse. 

 

Como o agro é dinâmico, a conversa também falou sobre a safra de inverno:

  • “Temos de ter uma lavoura sustentável. Já se sabe que os preços estão caindo, mas isso ainda não chegou aqui [no Brasil]. Com ajuda dos agrônomos que cuidam das lavouras, nós devemos fazer um levantamento para ver o que temos de base no solo, para podermos usar as reservas disponíveis”, disse, ressaltando a importância dessa safra. 

 

Em ano de eleição, Décio destacou o papel do agro na política: 

  • “Nunca participávamos diretamente. Mas teremos que demonstrar, através de argumentos, e provar para aquele que pensa diferente de nós que o que defendemos vai ser bom a família dele. Temos que dar um futuro melhor para as pessoas. Não vivemos isolados no mundo. É tudo entrelaçado. Teremos que ter uma inteligência muito grande e escolher bem os candidatos”. 

 

 

 










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