Campo Web do último sábado (12) entrevistou o agrônomo Claudio Macagnan, do Clube Amigos da Terra de Cruz Alta
Sendo um dos fundadores do clube, que teve forte influência na adoção do plantio direto, Macagnan comentou detalhes de sua atuação dentro da organização e também em outras agremiações, como a SEARCA
Publicada em 17/02/2022 às 20:21h | Leonardo Pinto dos Reis
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(Foto: JM Digital)
O Programa Campo Web, bate-papo inteligente sobre o mundo agro, conversou no último sábado (12) com o agrônomo Claudio Macagnan, fundador do Clube Amigos da Terra de Cruz Alta e também da Sociedade dos Agrônomos da Cruz Alta (SEARCA). A conversa também comentou sobre o papel dessas agremiações na adoção do sistema de plantio direto, entre outras pautas do agronegócio.
De início, Claudio Macagnan fez uma retrospectiva da sua relação com o meio rural:
“A família tinha origem no comércio. Meu avô morreu muito cedo, e meu pai e meus tios tiveram de procurar outra área. Então, através de convite de um amigo, começaram a ir para a agricultura. Isso em meados de 1950. Iniciaram em área arrendada dentro do município de Cruz Alta. Naquela época, cultivava-se trigo e trigo mourisco. Mais tarde, depois de formado em agronomia em Passo Fundo, no ano de 1983, ingressei no serviço. A princípio, eu ia seguir para o Mato Grosso, mas a família arrendou áreas maiores e fiquei na região”, revelou.
Em seguida, detalhou como se deu seu primeiro encontro com a técnica do plantio direto:
“Tive contato com o plantio direto ainda na faculdade. Houve uma excursão rumo a Ponta Grossa para participar de um evento sobre o tema. Em 1984, adquirimos um kit para adaptação ao sistema de plantio direto, e fizemos uma primeira experiência. Em 1985, começamos a semear o milho diretamente”, disse.
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O plantio direto tem papel fundamental na formação do Clube Amigos da Terra de Cruz Alta, entidade que defendeu a técnica de plantio e foi importantíssima para sua adoção na região central do RS:
“Começou a se formar um grupo de pessoas que faziam reuniões para discutir temas da agricultura e, em junho de 1987, fundamos o Clube Amigos da Terra de Cruz Alta. A primeira assembleia foi no Clube Internacional. Fomos o sexto Clube Amigos da Terra do Rio Grande do Sul”, disse, citando a participação ativa do também agrônomo Kurt Arns.
O Clube foi ganhando corpo e, no início dos anos 1990, sediou evento de nível internacional, que reunião grande quantidade profissionais do agro:
“Em fevereiro de 1993, aceitamos o desafio de sediar um evento de plantio direto em Cruz Alta. Começamos a trabalhar na preparação durante cerca de um ano, com reuniões semanais. Hoje, é considerado um evento que foi como um embrião de todos os outros eventos a campo realizados no país. Mais de 25 mil pessoas compareceram, durante os três dias”, disse, citando a presença de pessoas de países como Argentina, Chile e Estados Unidos.
O agrônomo também detalhou o surgimento da Sociedade dos Agrônomos da Cruz Alta (SEARCA)
"Tínhamos uma entidade forte em Cruz Alta, mas percebíamos que o foco era mais festivo. Então, depois que a entidade ruiu, o setor técnico ficou sem referência. E sabemos que esse setor tem que ter uma voz forte, pois é ela que dá sustentação ao agronegócio. Somos responsáveis pela economia da região. Acredito que a base de tudo está na questão da pesquisa e do sistema técnico que se desenvolveu em volta. Além disso, pensamos que a entidade não poderia ficar só em Cruz Alta, mas agregar mais pessoas. Hoje, a SEARCA conta com mais de 250 profissionais e talvez seja uma das maiores do país".