Presidente da Aprosoja Pará, Vanderlei Ataides, descreve o cenário agrícola do segundo maior estado brasileiro
Disponibilidade de áreas para plantio é um dos principais chamativos da região para os produtores do agro
Publicada em 29/06/2022 às 16:03h
Da Redação
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(Foto: JM Digital)
O Programa Campo Web do último sábado (25), conversou com o presidente da Aprosoja Pará, Vanderlei Ataides. O produtor rural comentou sobre desafios e vantagens de produzir a oleaginosa em solo paraense, descrevendo pormenores em relação ao clima e à escoagem da safra, entre outros assuntos:
“Sou natural de Rio Verde, Goiás, e estou no Pará há 24 anos. Planejávamos plantar arroz e milho, e não imaginávamos plantar soja. No início, era muito difícil. Tínhamos a questão de analisar a variedade para produzir, e nos adaptar à região. Mas a produtividade vem aumentando nas propriedades”.
E descreveu as principais regiões produtoras da oleaginosa no Pará:
“Temos três polos agrícolas no estado do Pará: o de Paragominas, o de Santarém e o do sul do Pará, que está crescendo bastante. Além disso, há dois anos começou a ter soja no município de Altamira, em áreas que não estavam sendo utilizadas”.
O produtor rural explicou que um dos pontos de interesse para a produção agrícola no Pará é o número de áreas disponíveis. Vale lembrar que o maior município do Brasil é paraense: Altamira, com mais de 159 mil quilômetros quadrados:
“Temos um potencial gigantesco, devido à quantidade de áreas já abertas em região próxima à divisa com Mato Grosso. A soja entra em áreas degradadas, em áreas de pastagens onde não havia eficiência. Alguns pecuaristas começaram a cultivar a oleaginosa. Hoje, passamos de 1 milhão de hectares de soja no estado”.
Por outro lado, a vastidão das terras também implica em grandes distâncias a serem percorridas. A situação é compensada pela presença de portos que facilitam o escoamento da produção:
“Há a questão da distância, pois hoje sabemos que o custo de produção é atrelado à logística. Mas, em compensação, temos a Ferrovia do Tocantins, o Porto de Vila do Conde e o Porto da Cargill. O desafio são as estradas até chegar aos portos. Mas o estado, aos poucos, está se moldando para dar condição ao crescimento da agricultura”.
Além disso, em uma região tão distante do sul do Brasil, diferenças no clima também precisam ser observadas:
"Estamos aprendendo a produzir na Amazônia. Aqui temos épocas de chuvas mais intensas, e enfrentamos essas dificuldades. Também temos três vazios sanitários, e épocas diferentes de semeadura. Produzir é um desafio, mas não é impossível", afirmou o presidente da Aprosoja Pará.