Ao início da conversa, Fábio comentou sobre suas origens na agricultura:
- “Vim de uma família de produtores rurais. Meu avô foi tropeiro e meu pai foi caminhoneiro. Fiz o curso de Agronomia, mas sempre pensava que teria que ter um diferencial, e foquei no aprendizado da Língua Inglesa. Então, fiz um estágio de um ano nos Estados Unidos, voltei e terminei a faculdade”.
Citando também período em que trabalhou em grande empresa do ramo das máquinas agrícolas:
- “Comecei a trabalhar na John Deere na área de suporte técnico em plantadeiras. Fui um dos primeiros agrônomos contratados pela empresa nessa área. Na época, foram necessárias várias adaptações para que uma plantadeira vinda dos Estados Unidos pudesse ser ajustada para o nosso país. Trabalhei na John Deere durante 16 anos, quando inclusive morei na Argentina”.
Apesar de estar em uma empresa referência, o sonho de ser empresário falou mais alto. E trouxe retornos em menos de um ano:
- “Empreender era uma das coisas que eu queria e precisava fazer. Sempre tive essa vontade muito forte. Então, abri uma empresa de consultoria e, em menos de um ano, busquei desenvolver um produto, com a ajuda do meu sócio Daniel, que é engenheiro mecânico. E aí, trouxemos uma novidade para o mercado, uma inovação no pneuzinho das plantadeiras, que vai implantada na roda cobridora”.
Fábio Schavinski explica as condições que motivaram o desenvolvimento desse pneu pequeno:
- “Em 1957, esse pneuzinho havia sido inventado pela John Deere nos Estados Unidos, com base nas condições da época: plantio convencional, sem manejo de palhada em um terreno totalmente nivelado. Porém, em alguns solos com maior volume de palha, esse pneuzinho consegue ter uma atuação perfeita, sequer tocando o solo. Isso desencadeia problemas na germinação das sementes”.
Assim, a inovação criada por Fábio e seu sócio Daniel possibilita o plantio em solos mais desafiadores:
- “Encontramos problemas em fazer essas rodinhas com material ferroso, pois os solos brasileiros tem alto teor de óxido de ferro. E, quando estão com certa umidade, esses solos são muito pegajosos. Então, qualquer parte da plantadeira que for de metal, quando tocar nesse solo, irá grudar. Tentamos vários materiais, e descobrimos um polímero, importado nos Estados Unidos, que gruda bem menos, além de ser limpado com mais facilidade”.
E o uso do pneuzinho tem se mostrado eficaz. Já são mais de 500 utilizações do equipamento, e nenhuma crítica:
- “Devemos ter cerca de 800 linhas plantando e utilizando esse nosso pneuzinho. Até agora, não houve nenhuma reclamação”.
TODOS CONTRA A DENGUE