O Programa Campo Web, bate-papo inteligente sobre o mundo agro, conversou no último sábado (30) com o engenheiro agrônomo e consultor agrícola, Paulo Fontana, que atua na região de São Sepé.
No início da conversa, Paulo fez uma retrospectiva de sua história:
- “Fiz graduação em Agronomia em Erechim, na URI. Sou filho de produtor, então me criei no meio rural. Mesmo antes da faculdade, fiz estágio. Durante toda a graduação, estudava pela manhã e, na parte da tarde, ajudava na propriedade do meu pai, ou então fazia estágio com dois agrônomos. Fiz pós em Produção de Plantas. O conhecimento está aí, e temos que correr atrás, para não parar no tempo”.
Então, já formado, vieram as experiências como contratado em grandes empresas agrícolas:
- “Comecei a trabalhar no Vaccaro, onde estagiei. Fui contratado por uma multinacional e comecei a andar pelo RS. Então, uma revendedora me contratou e vim aqui para São Sepé. Durante os quase dois anos que fiquei na empresa, me destaquei bastante na parte técnica, resolvendo problemas. E foi nessa área que colhi frutos. Quando saí da empresa, os próprios produtores que eu atendia me contrataram. Foi assim que iniciou meu trabalho de consultoria. Já estou há seis anos nessa área”, revelou.
Paulo Fontana então explicou sua filosofia de trabalho, que vem sendo recompensada:
- “O trabalho da consultoria engloba muita coisa. É preciso ver como a propriedade funciona, todo um contexto, para então realizar a adaptação. Hoje, tenho onze clientes e nenhum é igual ao outro. Não existe receita de bolo. Cada caso é um caso. Muitas vezes, temos que atuar em áreas além da agronomia”.
A estiagem do verão de 2021 trouxe dificuldades para os produtores. O engenheiro agrônomo então comentou sobre como a situação foi enfrentada na região de São Sepé:
- “Para alguns proprietários, não tinha caído a ficha. É triste saber de todo o trabalho e todo o dinheiro investido, e saber que não haverá colheita. Desde que iniciei as consultorias, foi a seca que mais chamou a atenção, pelo impacto e pela dimensão. Sempre digo: o meu investimento é conforme o clima vai deixando. Para não chegar no fim e ter um choque”.
Paulo ainda revelou que as perdas da lavoura de verão motivaram os produtores a buscarem novas estratégias para a lavoura de inverno:
- “Ano passado, em nossa região havia 3 mil hectares de trigo. Agora, temos 6 mil. A maioria dos agricultores foi para esse lado, tentando sanar o prejuízo. Inclusive pessoas que não plantavam esse cereal. Porém, ainda há áreas de trigo para serem plantadas, porque segue chovendo na nossa região e a umidade é alta. Na minha opinião, o trigo plantado mais tarde é o que melhor produz, mas ele atrasa a soja”, disse, destacando também que a pecuária foi outra possibilidade buscada pelos produtores.
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