Trigo
A estimativa de cultivo de trigo no Estado para a safra 2022 é de 1.413.763 hectares. A produtividade estimada permanece em 2.822 kg/ha. A fase predominante da cultura é o desenvolvimento vegetativo, com 88% dos cultivos nessa situação. Em florescimento são 11%, e em enchimento de grãos aproximadamente 1% das lavouras. Aquelas que estão nestes dois últimos estágios localizam-se predominantemente a Oeste do Estado e demandaram atenção dos triticultores por eventuais danos provocados pelas geadas, ocorridas nos dias 19 e 20/08. Entretanto, ainda não foi possível avaliar e quantificar os possíveis danos com exatidão, pois só serão aparentes nas espigas com o passar dos dias.
No aspecto fitossanitário, foi necessária a atenção para a realização de aplicações de herbicidas em lavouras em fase de perfilhamento para evitar falhas de controle e danos ao trigo devido às interações dos produtos químicos com as temperaturas muito frias. Na região administrativa da Emater /RS Ascar de Bagé, as primeiras lavouras implantadas na Fronteira Oeste, em São Borja, Manoel Viana e Maçambará estão em estádios de emborrachamento e espigamento, e os produtores iniciaram o monitoramento para verificar eventuais prejuízos com as geadas. Contudo, como na região o fenômeno foi considerado de reduzida intensidade e duração, a tendência é de que apenas danos pontuais tenham ocorrido. Por outro lado, os dias ensolarados e com temperaturas baixas foram muito bons para as lavouras entre as fases de perfilhamento e início do alongamento do colmo. O reduzido volume de chuvas na região favoreceu as práticas culturais, como controle de ervas daninhas, aplicação de fungicidas e adubação nitrogenada. Na Campanha, a implantação das últimas lavouras de trigo foi retomada no dia 20/08.
Alguns produtores de Hulha Negra e Candiota ainda aguardam o intervalo entre as aplicações de herbicidas para o manejo das plantas de cobertura do solo, assim como a redução dos níveis de umidade para finalizar o plantio. Em Bagé, a semeadura foi encerrada sem que a área total estimada no início da safra tenha sido alcançada. Na de Caxias do Sul, as geadas foram consideradas mais intensas, mas não chegaram a prejudicar as lavouras, pois estas encontram-se predominantemente em perfilhamento. A cultura segue apresentando bom desenvolvimento e bom aspecto sanitário. As práticas culturais em andamento são a adubação nitrogenada e o controle das invasoras. Na de Frederico Westphalen, não houve relatos de danos pelas temperaturas frias, e a cultura apresenta um desenvolvimento satisfatório, com 82% em fase de germinação ou desenvolvimento vegetativo, e 18% em fase de floração. Em relação ao monitoramento de doenças, a atenção está voltada para o controle de manchas foliares, oídio e mosaico do trigo nas lavoras em estádios de desenvolvimento mais avançados. Também foi avaliada a incidência de pulgões. Na de Ijuí, as lavouras de trigo mostram bom desenvolvimento e estão com alta expectativa de potencial produtivo. As folhas das plantas estão adquirindo tonalidade verde mais intenso, e os caules estão mais vigorosos em consequência da maior insolação e do aumento do período de luminosidade.
Quase a totalidade das lavouras ainda estão em desenvolvimento vegetativo, mas a formação de geadas não as afetou, pois o estágio é tolerante ao fenômeno climático. Houve a ocorrência de pequenos surtos de pulgões nas lavouras implantadas no final do período recomendado, exigindo monitoramento mais apurado e controle nas áreas mais atacadas. Na de Pelotas, a cultura está, em sua totalidade, em desenvolvimento vegetativo. As condições ambientais favoreceram e aceleraram o desenvolvimento do trigo. Foi possível realizar as operações de adubação em cobertura, o manejo químico das ervas invasoras e os tratamentos preventivos com fungicidas para evitar as doenças foliares. Na de Santa Rosa, os cultivos apresentam 75% da área em desenvolvimento vegetativo e perfilhamento, 22% em floração, e 3% em fase de enchimento de grãos. A maior parte das lavouras não sofreu danos com as geadas por não estar em fase suscetível e apresentam aspecto muito bom. No entanto, as geadas podem ter causado danos em lavouras em estágios mais avançados e localizadas em regiões onde o frio foi mais intenso, o que pode provocar a morte de tecidos dos estames e estigmas das flores, não permitindo a fecundação, ou levar a morte do embrião e a não formação dos grãos nas fases mais adiantadas. Entretanto, ainda não foi possível avaliar os danos, só serão quantificáveis se as espigas os expressarem.
No aspecto fitossanitário, há boa sanidade e baixa incidência de pragas e doenças, e o controle de invasoras já foi concluído. Em algumas lavouras, houve ataque de pulgões, favorecidos pelas temperaturas elevadas e pelo clima seco, mas os agricultores efetuaram o controle com eficiência. Prosseguiram as pulverizações de fungicida para o controle de ferrugem e manchas foliares e para prevenir as plantas das doenças, como a giberela, nas lavouras em floração e em enchimento de grãos. Na de Soledade, com o aumento e a estabilidade da insolação, as lavouras intensificaram as atividades fotossintéticas e aumentaram o acúmulo de reservas. A maior parte das lavouras está em elongação, mas não houve relatos de danos por geadas. Em lavouras mais recentes, as baixas temperaturas favoreceram o perfilhamento. Nessa área, foi finalizada a adubação nitrogenada em cobertura.
No aspecto fitossanitário, não foram constatados ataques significativos de pragas. Ocorreram casos pontuais de incidência de manchas foliares. As ferrugens e oídio estão sendo monitorados e controlados, quando atingem o limiar de dano econômico.
Comercialização (saca de 60 quilos), segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio apresentou decréscimo de -1,83% em relação à semana anterior, passando de R$ 102,53 para R$ 100,65. Preço para produto disponível em Cruz Alta foi de R$ 108,00.
TODOS CONTRA A DENGUE