O bate-papo inteligente do Programa Campo Web do último sábado (17) foi com a engenheira agrônoma Bianca Cherem, componente do Grupo GAAS (Grupo Associado de Agricultura Sustentável). Ao início da conversa, Bianca relembrou suas raízes e sua formação na área agrícola:
- “Meu avô já era produtor rural, então sou a terceira geração de produtores. Sou engenheira agrônoma, formada da Universidade Federal do Paraná, e logo que me formei fui trabalhar na área de pesquisa de mercado. E depois fui trabalhar no setor de trend área do mercado de açúcar, tendo morado na Ásia por cinco anos”, disse, revelando que, na Ásia, o açúcar é utilizado na construção civil e na indústria de cosméticos.
A profissional do agro ainda relatou suas impressões do maior e mais populoso continente do planeta:
- “A Ásia é muito mais forte do que o brasileiro imagina. Eles são bem rígidos com trabalho, dinheiro e desenvolvimento. Investem bastante em estrutura pesada, tudo pensando lá na frente. Existem países de tecnologia de ponta, como Coréia do Sul, China, Japão e Singapura, enquanto o sudeste asiático é bem menos desenvolvido”, disse a engenheira agrônoma, que viveu em Singapura.
Após o período no exterior, Bianca retornou ao seu país de origem e ingressou na área de produção sustentável, sendo componente do Grupo GAAS:
- “Durante a pandemia, retornei para o Brasil. E aí voltei a trabalhar no campo com a família, tentando introduzir a agricultura sustentável. Também participo no Grupo GAAS (Grupo Associado de Agricultura Sustentável), auxiliando na parte de comercialização dos grãos sustentáveis. O GAAS trabalha com produtos diferenciados, que levam muito poucos produtos químicos e bastante biológicos. Assim, o grão tem muito mais nutriente e com um impacto ambiental menor, trazendo benefícios para a população e para a natureza”.
Bianca vê com bons olhos o futuro dos produtos sustentáveis e a iniciativa da GAAS em promover a sustentabilidade:
- “Grande parte dos produtores que estão no GAAS também tem uma parte social. Com isso, o GAAS resolveu fazer um selo, para demonstrar toda essa prática, ajudar a alavancar a venda desses produtos e agregar valor aos produtos. Os bancos também já estão direcionados a investir nessa área. Então, juntando as duas esferas, a do consumidor e a financeira, o caminho dos produtos sustentáveis tem um bom prognóstico”.
Além disso, a engenheira agrônoma afirma que a produção sustentável, com o tempo, traz queda para os custos de produção:
- “O custo da agricultura sustentável, quando já se está a dois, três anos nesse processo, fica muito baixo, pois o produtor utiliza aquilo que está mais próximo dele. Assim, os insumos ficam mais baratos, quando não são produzidos na própria fazenda. E isso tudo é um apelo comercial no exterior. O mundo financeiro está dando valor a quem está fazendo isso”, revela.
Bianca também ressaltou a amplitude da sustentabilidade nas lavouras:
- “Queremos também explicar para a população o que é esse produto sustentável, que vai muito além de evitar o desmatamento. E o Selo GAAS irá demonstrar isso”.
TODOS CONTRA A DENGUE