O período é marcado pelo vazio forrageiro outonal, com o encerramento do ciclo das espécies de verão e o início do desenvolvimento das forrageiras de inverno. Conforme o Informativo Conjuntural produzido e divulgado nesta quinta-feira (13/04) pela Emater/RS-Ascar, a semeadura das pastagens de aveia continua avançando, e aquelas estabelecidas entre o final de fevereiro e início de março receberam adubação em cobertura, onde possível, para estimular o perfilhamento. Espera-se que o comportamento mais precoce da aveia forrageira consiga amenizar os impactos do vazio forrageiro, principalmente no início deste outono, devido ao encerramento antecipado do ciclo das pastagens cultivadas de verão.
Na bovinocultura de corte, em razão do final do ciclo das pastagens de verão, e pelo fato de as espécies hibernais ainda estarem sem condições de dar o suporte nutricional necessário aos rebanhos, o período é marcado principalmente pelo ajuste de lotação. Essa operação beneficia os produtores que utilizam a subdivisão e a rotação das áreas de pastejo ou aqueles que podem aproveitar as áreas de estevas das lavouras de soja e arroz para complementação da alimentação dos rebanhos.
Na bovinocultura de leite, mesmo com a retomada do crescimento das forragens a campo, a oferta de alimentos e de água em quantidade e qualidade suficientes para a atividade leiteira ainda é limitada em algumas regiões. O custo de produção continua elevado, pois tem sido pouco expressiva a participação das pastagens na dieta das matrizes. As temperaturas mais baixas beneficiam o bem-estar das matrizes, que podem acessar as pastagens sem maiores restrições e, também, consumir maiores quantidades de silagem e feno.
CULTURAS DE VERÃO
Os dias ensolarados e a baixa umidade relativa do ar favoreceram a perda de umidade dos grãos e contribuíram para a finalização de ciclo da oleaginosa. A colheita avançou significativamente, atingindo 32% da área cultivada. Da mesma forma, a área em maturação avançou para 51%, restando 17% em floração e enchimento de grãos. A produtividade permanece muito variável entre as localidades e regiões. Os maus resultados obtidos no momento, principalmente a Oeste, indicam que a produtividade ainda pode ser inferior à estimada, caso não haja compensação produtiva das cultivares de ciclo mais tardio ou de regiões menos afetadas, localizadas a Nordeste e a Leste do Estado. No momento, há uma grande demanda dos produtores por cobertura de seguros agrícolas.
Nas duas últimas semanas, a Emater/RS-Ascar recebeu dos agentes financeiros, em média, 300 solicitações por dia para vistorias de Proagro, oriundas principalmente da região Oeste do Estado.
Os principais componentes que estão influenciando o rendimento inferior por hectare - todos decorrentes das reduzidas precipitações durante o ciclo da cultura - são: baixo peso dos grãos, menor número de grãos por planta e plantas com tamanho reduzido. Em alguns casos, também já se observa perdas de grãos devido à deiscência de legumes, causada pela maturação desuniforme. Nas lavouras afetadas pela estiagem, há uma proporção elevada de grãos com coloração esverdeada e com tegumento enrugado no produto colhido, mas, mesmo assim, a classificação se encontra dentro do padrão comercial.
As lavouras do tarde, que ainda estão na fase de enchimento de grãos, apresentam potencial produtivo maior do que as lavouras da primeira época de plantio (outubro a dezembro), mas apresentam porte aquém do desejado, o que pode interferir na produtividade. Em parte das lavouras, há incidência significativa de doenças de final de ciclo, sendo necessária a aplicação de fungicidas para proteção da área foliar, de maneira que permaneça verde por mais três ou quatro semanas e proporcione adequado enchimento de grãos nas vagens fixadas.
Os produtores prosseguiram as pulverizações por meio do uso de herbicidas desfolhadores para a uniformização da maturação, dada a diferença de vagens maduras e verdes nas mesmas plantas.
As produtividades permaneceram variáveis, conforme a capacidade de manutenção da irrigação durante todo o ciclo produtivo. Momentaneamente, são consideradas muito boas, pois a colheita foi efetuada em lavouras onde não há restrições hídricas, alcançando produções superiores a 10.000 kg/ha.
TODOS CONTRA A DENGUE