O Programa Campo Web do último domingo, 13, conversou com o produtor de pitaya, Afif Jawabri. Ele, que já foi presidente da Associação dos Produtores de Pitaya do Brasil, nasceu no Líbano e vive no Brasil desde a infância:
- “Sou engenheiro agrônomo formado na Federal de Goiás e residente em Redenção do Pará. Nasci em Beirute, de pais sírios".
De início, Afif descreveu a fruta, que entrou no mercado brasileiro há relativamente pouco tempo:
- “A pitaya é originária do México e é uma fruta nova no Brasil, sendo comercializada há 25 anos. A nível mundial, ela também não passa de 50 anos de comercialização. Em linhas gerais, há três grupos principais: as vermelhas, que são rosa por fora e vermelha por dentro; as brancas, que são rosa por fora e brancas por dentro; e a amarela, que tem a casca amarela e a polpa branca. Mas há um pitaya pequena, originária do Brasil, a saborosa”.
Falou então de questões de reprodução e intervalo de produção da planta:
- “A reprodução pode ser feita por semente ou muda e a produção comercial se dá a partir do terceiro ano do plantio. A planta se adapta ao Brasil inteiro e precisa de sol para produzir frutos. A flor da pitaya fica aberta somente durante uma noite para a autofecundação. Com 30 dias, a fruta está pronta. Em regiões mais ao sul, em 35 dias. No norte do país, a planta produz por oito a nove meses. No centro-sul, a planta não produz entre maio e outubro”.
Falando sobre armazenamento, destacou que a fruta é sensível à variação de temperatura:
- “Quanto à armazenagem, em linhas gerais, deve ficar na câmara fria entre 7°C a 10°C no caso de tempo mais longo de armazenamento. Se for um período de até cinco dias, o melhor é ficar em uma temperatura em torno dos 20°C, pois é uma fruta que sente muito o choque térmico”.
Sendo uma fruta recente no comércio brasileiro, o mercado da pitaya ainda está em fase de desenvolvimento:
- “O mercado ainda está em formação e ainda não chega a 5% do seu potencial. Ou seja, está pronto para ser desenvolvido. Então, as primeiras coisas que o produtor deve definir é qual será a sua rede de compradores e a preferência dos consumidores”, disse, destacando que a pitaya ainda não tem defensivo agrícola registrado no Brasil e que necessita de estaca para sustentação.
Afif ainda falou de questões de exportação:
- “Há mercado exterior, mas ainda não temos volume de produção. Certa feita, havia uma demanda do Uruguai de 10 toneladas da fruta, porém, não foi possível atender. Isso porque a variedade produzida entre os produtores não tinha um padrão. Também há a questão da certificação e padronização. Ainda assim, realizamos exportações para o Canadá e Estados Unidos”.
- “A pitaya é essencialmente produzida por pequenos produtores. Normalmente, se produz de um a três hectares. Para começar a cultura, pode ser até meio hectare, com 50 mudas. Para quem pensa em plantar um volume maior, sugiro um início entre um a dois hectares”, disse, destacando que a pitaya necessita de bastante matéria orgânica e adubação química.
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