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Espaço Agrícola

Agro mobilizado: 'tratoraço' em Tupanciretã chama atenção para demandas do setor

O ato deve seguir até quarta-feira, dia 7. Após, o grupo deverá ir à cidade de Porto Alegre para mobilização estadual

Publicada em 05/08/2024 às 22:34h

Jornalista Jefferson da Silveira.


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Agro mobilizado: 'tratoraço' em Tupanciretã chama atenção para demandas do setor
Maquinário estacionado junto à Praça Cel. Lima.  (Foto: Jornal Manchete Digital )

 

 

A semana começou com uma grande mobilização dos produtores rurais da “Capital Gaúcha da Soja”. O setor busca chamar a atenção do governo federal para as demandas que sufocam o segmento. 

 

Em Tupanciretã, os agricultores iniciaram um protesto colocando as máquinas imponentes estacionadas na Avenida Vaz Ferreira. Os mais de 50 veículos deixam o campo e ocupam o trecho de 350 metros, desde o centenário Clube Comercial até a Praça Cel. Lima. Durante a manhã, reuniram-se na Avenida Presidente Vargas e, próximo às 16h, iniciaram o deslocamento até o ponto indicado. 

 

O grupo se prepara para participar de uma ação na capital do Rio Grande do Sul no dia 8 de agosto. O SOS Agro reúne o setor em busca de melhorias às demandas, tais como endividamento e reconstrução das propriedades em decorrência das fortes chuvas do mês de maio no Estado. Em Tupanciretã, o ato deve seguir até quarta-feira, dia 7.

 

De acordo com um estudo técnico da Farsul divulgado em maio, com 534 produtores consultados em diferentes regiões do Rio Grande do Sul, 59,4% possuem dívidas de outras safras a pagar. Ainda de acordo com o documento, a média do endividamento por custeio entre os produtores rurais que responderam ao questionário é de R$ 415.166,67. 

 

Além disso, a distribuição das perdas entre os entrevistados supera cifras milionárias. 

  • Grandes propriedades: Algumas propriedades relatam perdas milionárias, como R$ 25 milhões, R$ 20 milhões e R$ 15 milhões. 
  • Propriedades médias: A maioria dos relatos se concentra em perdas entre R$ 100 mil e R$ 5 milhões. 
  • Pequenas propriedades: Há também relatos de perdas menores, em torno de R$ 10 mil a R$ 100 mil. 

 

 

 

 

NOTA DA FARSUL  

Em nota divulgada no dia 1° de agosto, assinada pelo presidente Gedeão Silveira Pereira, cita a publicação no Diário Oficial da União em 31 de julho de 2024 da Medida Provisória 1.247/2024. Acompanhe na íntegra.  

 

NOTA AOS PRODUTORES RURAIS GAÚCHOS  

 

Testemunha há quase um século da história, a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul – FARSUL, entidade representante dos produtores rurais gaúchos, acompanha com muita preocupação os processos que buscam trazer, após a notória calamidade sofrida, as soluções mínimas necessárias a adequada manutenção das atividades do campo em nosso Estado. A publicação no Diário Oficial da União em 31 de julho de 2024 da Medida Provisória 1.247/2024, tão aguardada pelos produtores rurais, trouxe ao seio da sociedade rural gaúcha, ao invés de alento, ainda maior grau de ansiedade e insegurança. Ao restringir seus efeitos aos eventos extremos de abril e maio deste ano, mesmo que os problemas tenham começado nas seguidas estiagens dos últimos anos, não incluindo, portanto, várias das angustiantes situações vividas pelos produtores rurais, bem como ao estabelecer diversos regramentos ainda carentes de complemento por outros instrumentos normativos, a exemplo de decretos, resoluções, instruções normativas etc., a medida provisória arrasta para além do tempo razoável o plantio da nova safra. Em que pese necessitaremos dos decretos para entender a distância até concretização de nossas propostas, o texto publicado, pelo que parece ser, carregado de excessiva burocracia, envolvendo inclusive a necessidade de validação de laudos por conselhos que ainda nem mesmo existem, somado a falta de equalização para as operações originalmente contratadas com recursos livres, realidade majoritária aos demais produtores, atrasa ainda mais o fim dos efeitos da calamidade vivida pelo campo, já que a solução de pontos como estes dependem não dos decretos futuros, mas sim, até mesmo, de novas medidas provisórias ou projetos de lei. Assim sendo, entendemos que é primordial nesta hora, e por isso solicitamos, não só aos produtores, mas a todos aqueles que compreendem o risco que corre toda sociedade, que se mantenham atentos, atuantes e mobilizados no entorno de suas organizações, a fim de que os pleitos defendidos, e mais do que nunca necessários, possam de fato, e no tempo adequado, se tornar realidade. Temos um Estado a reconstruir! Nossa história ensina que é fundamental encontrar rapidamente os pontos de equilíbrio e rumar ao futuro. O setor rural gaúcho, que tanto serviço presta à sociedade brasileira e mundial, provendo alimentos, vestimentas e energia a milhões de pessoas, apela, a todos, pela imperativa necessidade de foco e celeridade na construção das soluções definitivas, as quais ao cabo, serão de valia a toda sociedade.  

Porto Alegre, RS, 01 de agosto de 2024.

 

TODOS CONTRA A DENGUE










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