A migração de sojicultores do Rio Grande do Sul para estados do Centro e Norte do Brasil, como Tocantins, Mato Grosso, Goiás e Pará, tem ganhado força devido às condições climáticas adversas, como estiagem prolongada, altas temperaturas e endividamento crescente. Segundo o engenheiro agrônomo José Domingos, ao menos 23 mil hectares de lavouras já foram transferidos para essas regiões, marcando um movimento de produtores rurais em busca de condições mais favoráveis para a atividade agrícola.
“Já está acontecendo. Estamos vendo agricultores indo para o Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Pará. Só dos municípios de Joia, Santiago e Tupanciretã já saíram 12 produtores que abriram 23 mil hectares”, explicou Domingos.
Entre os agricultores que tomaram essa decisão está Sérgio Bronzatti, que deixou Tupanciretã e se estabeleceu em Guaraí, Tocantins, em agosto de 2024. Este ano, ele semeou 850 hectares de soja e planeja expandir para 1.200 hectares na próxima safra. “Sou produtor rural desde que nasci, mas as últimas duas safras no Rio Grande do Sul só permitiram colher uma, enquanto os custos foram de duas. Teve gente que perdeu muito mais”, relatou Bronzatti, que planejava a mudança havia dois anos.