A colheita da soja se processou de forma bastante
intensa nesta última semana, tendo aumentado 11 pontos percentuais, chegando a
20% do total semeado. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela
Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (29/03), as primeiras áreas colhidas vêm
apresentando rendimentos dentro das expectativas e variando a cada região
analisada. Nas localidades afetadas por falta de chuvas mais abundantes neste
final de ciclo, os rendimentos variam entre 35 e 40 sacas/ha (2,1 a 2,4 mil
kg/ha). Entretanto, em municípios onde as precipitações não comprometeram o
desenvolvimento da cultura, os rendimentos têm ficado em torno de 60 sacas/ha
(3,6 mil kg/ha). A média geral para o Estado segue ao redor dos 3 mil kg/ha.
Neste final de ciclo, há lavouras que apresentam ataque de lagartas. Assim,
alguns produtores são forçados a entrar mais uma vez na lavoura para controlar
os focos. Naquelas em estádios mais avançados, as lagartas estão atacando as
folhas que restam, não conseguindo danificar vagens, o que pelo menos estanca
por ora maiores prejuízos. Outro distúrbio verificado nas áreas mais tardias é
a presença da ferrugem asiática, o que força os produtores a realizarem mais
aplicações de fungicidas do que o esperado.
No milho, a colheita prossegue e alcança 78% da área. Este aumento poderia ser
maior não fosse o interesse dos produtores em retirar a soja com mais rapidez,
em detrimento da colheita do milho. Mesmo assim o atual índice coloca esta
safra bem à frente da média em termos de colheita. As produtividades obtidas
até aqui têm surpreendido em alguns casos, pois não são raros os que
conseguiram produtividades acima dos 10 mil kg/ha, fato que contrabalança com
os eventuais casos de lavouras prejudicadas pelo clima, fazendo com que a média
estadual se situe, até aqui, ao redor dos 6 mil kg/ha.
O clima tem favorecido a colheita do arroz em todas as regiões produtoras do
Estado, apesar da ocorrência de algumas chuvas durante parte da semana. Na
média estadual, o percentual atinge 30% da área cultivada, tendo ainda cerca de
40% da área já pronta para ser colhida, uma vez que as lavouras já completaram
sua maturação. As produtividades obtidas até aqui variam entre 7,2 mil kg/ha e
8 mil kg/ha, com alguns casos que ultrapassam o limite superior. A qualidade
dos grãos também é considerada boa pelos produtores, que não encontram dificuldades
ao comercializá-lo.
FRUTíCOLAS
Açaí Juçara - A fruta Açaí Juçara, proveniente das palmeiras nativas conhecidas
por Juçara ou Palmiteiro, tem se consolidado, apesar do recente comércio. A
cadeia produtiva se direciona para duas linhas de consumo: agroindústrias
despolpadoras ou a despolpa em locais de atendimento aos turistas. A região das
Encostas Litorâneas, situadas no Litoral Norte, vem expandindo esta cadeia,
ainda em pequenos volumes, mas indicando, a cada ano, potencialidade de venda.
A comercialização da fruta na safra passada apresentou em geral valores na
ordem de R$ 2,00/kg. A nova safra já deve começar em breve, pois parte das
frutas já indica ponto de colheita. Uma das grandes vantagens desta cultura é a
amplitude do período de colheita ou safra, o que permite o funcionamento das
estruturas ao longo do ano.
Citros
Na região do Vale do Caí, maior região produtora de citros do Rio
Grande do Sul, predomina o cultivo de bergamoteiras, que estão em crescimento
das frutas, fase em que a boa umidade do solo é crucial para o crescimento das
bergamotas. Nesta época, a principal atividade dos citricultores é o raleio das
frutas, que é a retirada de parte delas ainda pequenas, para que as que ficam
nas plantas tenham um maior crescimento. O excesso de frutas, pela competição
por nutrientes, reduz o calibre das mesmas, depreciando-as no comércio.
Enquanto o raleio se aproxima do final, inicia a colheita da Satsuma, bergamota
sem semente e com baixa acidez, o que permite que seja colhida com a casca ainda
verde, e da lima ácida Tahiti, o conhecido limãozinho da caipirinha, para o
qual o citricultor está recebendo em média R$ 22,00/cx.
CRIAÇÕES
Pastagens - O campo nativo diminuiu o desenvolvimento, devido à falta de
umidade dos solos, principalmente na região da Campanha; mas com o retorno de
chuvas deverá se recuperar. Áreas já pastejadas apresentam lenta taxa de
rebrote, principalmente aquelas muito rebaixadas pelo corte. As últimas chuvas
favoreceram, em muito, o desenvolvimento do campo nativo, propiciando rebrotes
mais abrangentes e recuperação das aguadas, o que é importante antes que
cheguem as geadas. As pastagens de verão (capim sudão, milheto e sorgo
forrageiro), que estão com pouco desenvolvimento, já se aproximam do final de
ciclo de produção. Alguns produtores realizaram diferimento de áreas para
poderem utilizar sal proteinado no inverno.
Apicultura
Clima adequado para a produção de mel, com intenso trabalho dos
enxames. Os apicultores devem estar atentos para o manejo das colmeias a fim de
garantir o armazenamento de alimento para o período do inverno, evitando o
enfraquecimento dos enxames para o próximo ciclo de produção. Enxames
apresentam bom estado sanitário. Continua forte a mortandade de enxames neste
período; suspeita-se que seja pelo uso elevado de agrotóxicos nas lavouras de
soja.
Ocorre o manejo dos apiários para evitar enxameações, a captura de novos
enxames e colocação de sobrecaixas. As revisões necessárias foram realizadas
nos apiários para preparar os enxames para o inverno. As floradas predominantes
são de espécies nativas (carqueja, mata nativa, eucaliptos e canafístula).