A cidade de Tupanciretã foi uma das pioneiras na busca do desenvolvimento do melhoramento genético da soja no país. A oleaginosa mais desejada dos campos ocupou as paisagens e tirou o gado das coxilhas.
Em 2017, segundo o IBGE, a Terra da Mãe de Deus seguiu na liderança absoluta, no topo entre as principais produtoras de soja do RS. Metade da renda produzida pelo município depende da cultura do grão. Tupanciretã produziu 496.303 toneladas de soja em pouco mais de 155.000 ha de área cultivada.
Para o presidente do Núcleo Aprosoja Tupanciretã, José Domingos Lemos Teixeira, o agricultor tupanciretanense mostra aptidão no manejo da oleaginosa, além da topografia e clima que também favorecem o cultivo.
“– O valor econômico, a responsabilidade ambiental atrai o agricultor na exploração deste mercado. Somos pioneiros na aplicação de biotecnologias o que contribui de maneira sustentável para o cultivo da soja. A soja está para Tupanciretã, assim como o petróleo está para Arábia Saudita.” Concluiu Zé Domingos.
Já, o presidente do Clube Amigos da Terra, Almir Rebelo de Oliveira citou que o município não está na liderança deste ranking por acaso, Rebelo foi um dos idealizadores da soja transgênica no Brasil, e lembrou-se da deficiência da soja convencional e suas limitações.
“ - Fomos muito perseguidos na época, tivemos que enfrentar até a Polícia Federal, até que o produtor pudesse cultivar a soja transgênica. Tupanciretã é líder em produção, porém outras cidades, quem sabe possam até passar o município nos próximos anos, mas todos se espelham no nosso trabalho. ” Revelou.
O uso das tecnologias no campo também fortalece o crescimento da produção na cidade, as empresas voltadas ao segmento investem, assim como o produtor, na ampliação destes conhecimentos, o que melhorou a produção, que hoje chega a 60 sacas por hectare.
Foto: Campo Forte/redes sociais
Almir Rebelo também citou a importância do cuidado com o solo e a biodiversidade, e lamentou que o país não utilize mais áreas para produzir alimentos, e concluiu, lembrando a importância dos filhos, netos e bisnetos seguirem no campo, dando continuidade ao trabalho.
A entrevista completa com Almir Rebelo de Oliveira, você confere neste sábado aqui, no site do Jornal Manchete Digital.