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- A perda pode ser de 30% ou mais, ‘a coisa não tá muito boa’, meio no geral, para todo mundo. Então, vamos ver se vem uma chuva para amenizar a situação. Mas ainda sim temos que ser positivos, revela o agricultor.
A fase de semeadura ideal da soja 19/20 iniciou em outubro, se estendendo até metade de novembro. Segundo o engenheiro agrônomo e representante do Núcleo APROSOJA, José Domingos Lemos Teixeira, as chuvas irregulares prejudicam o desenvolvimento das plantas.
- As últimas chuvas foram regulares, e isso fez com que existissem os bolsões de seca. A estiagem no mês de fevereiro é mais prejudicial que no mês de dezembro, pois agora, nós estamos no enchimento de grãos. As vagens precisam ganhar força para que aconteça realmente a produtividade, explica Teixeira.
Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (INMT), no mês
de dezembro choveu metade do previsto para o período, cerca de 60 mm, quando
deveria chover 150, segundo média histórica para o mês. Em fevereiro ainda não choveu,
sendo que os últimos índices pluviométricos foram registrados no dia 29 de
janeiro.
Foto: Chuva e Sol - Localidade de São Xavier- Tupanciretã
Através de imagens realizadas na localidade de São Xavier, nesta sexta-feira, dia 07, por drone e cedidas à reportagem pela empresa Chuva e Sol, é possível constatar as falhas, essas chamadas de bolsões. Outro fator negativo são as altas temperaturas sobre o solo, conforme esta mesma empresa, em vídeo divulgado no You Tube, de aferição de temperatura em uma lavoura no município de Joia, ainda no mês de dezembro, as máximas superavam 50°C.
A estiagem deste ano não supera a última de 2010/2011, mas também vai deixar prejuízos, o município está sob Decreto de Emergência em decorrência da crise hídrica constatada pela EMATER Tupanciretã, que emitiu parecer, onde citava perdas de mais R$ 150 mi nas culturas de verão e não descartava a possibilidade desse valor ser ampliado.
Na contramão da expectativa brasileira, que deve confirmar safra recorde, a cidade que mais produz soja na região sul do Brasil não tem motivos para comemorar, pois em algumas áreas, pode-se colher até 15 sacas por hectare, tamanha disparidade de chuvas. Há também aqueles que já encerraram o manejo em algumas áreas da região, pois se esgotaram as possibilidades de reversão ou manutenção.