REPORTAGEM ESPECIAL
O preço da soja tem chegado a patamares jamais vistos em Tupanciretã, município que carrega o status de maior produtor do grão no Estado do RS.
Situação favorece preço balcão que está na faixa de R$ 110, até esta quarta-feira, 05, conforme divulgado
pela Cooperativa Agropan na abertura de mercado.
Atualmente, os valores pagos à saca de 60 kg têm gerado
entusiasmo, mas o problema ainda são os estoques, que diante de uma crise hídrica, que
provocou perda dificulta negócios diários. O preço, por exemplo, pode
chegar a R$ 118 no grão disponível e R$ 102 no lote 2021, tendo como parâmetro a
empresa Tupã Cereais, consultada nessa matéria.
Já o consultor agronômico, José Domingos Lemos Teixeira,
explica que, a alta proporcionada no cenário atual pode sofrer um impacto de
declínio diante da safra americana, mas qualifica com entusiasmo a situação da
oleaginosa no mercado.
“Quem alinha os preços para nós é a Bolsa de Chicago. Dentro de 22 dias deverá começar a colheita da soja no hemisfério Norte. Então, estamos tendo um incentivo da Bolsa de Chicago aos produtores norte-americanos com o preço da soja que invariavelmente também acontece na nossa região na primeira quinzena de março”, disse o engenheiro agrônomo.
Outro fator positivo trata das commodities, que seguem em bom preço, além do dólar em alta.
“As commodities estão numa crescente, com exceção do petróleo. Mas, veja bem! Nós tivemos em 2016 à última vez que a saca de soja passou de $ 20, ficamos quatro anos trabalhando abaixo desse preço. Hoje (05/08) estamos operando a $ 20,81, equivalente na moeda americana,” explica Teixeira.
Ainda assim, no momento, estima-se que não há grão disponível da safra 19/20 para venda no mercado brasileiro, pois 95% já saíram do país, sendo que, somente no RS, 92% dos estoques já foram vendidos e ainda 29% já estão comprometidos em contratos futuros, conforme balanço da Perfil Serviços Agrícolas.
“Dentro da gestão de cada um, é fundamental termos uma venda
suficiente para manter o custo de cada propriedade. Respeito muito algumas
fontes que dizem que não devemos vender nada adiantado, mas sem dúvida, que
olhando para o preço futuro sendo comercializado na faixa de R$ 102 ainda é inferior
ao preço que devemos operar na colheita do ano que vem”, conclui José Domingos.