Correspondente Porto Alegre - Assim deve ser lembrado o 30 de outubro de 2018 para os mais de 52 mil gremistas que foram a Arena, em Porto Alegre, e os milhares de milhões espalhados mundo afora. A 90 minutos da sétima final da Libertadores e podendo até empatar, o Grêmio perdeu, de virada, para o River Plate, da Argentina, por 2 a 1 e está fora da competição. A partida foi decidida pelo árbitro de vídeo (VAR) que alertou Andrés Cunha do toque de mão de Bressan dentro da área aos 39 minutos do segundo tempo.
Depois de longa paralisação, Pity Martínez, de pênalti, fez o gol da classificação dos Millionarios. Com o placar favorável, Renato optou pela mesma formação vitoriosa da primeira partida no 4-1-4-1, com exceção de Kannemann suspenso. Paulo Miranda entrou em seu lugar e Geromel fez a quarta zaga.
Por sua vez, Gallardo, suspenso e sem poder entrar na Arena, o que não respeitou, lançou mão de Nacho Fernández e Lucas Pratto, deixando Scocco e Pity Martínes no banco, apostando na formatação 4-3-3. Desta vez, Gallardo ganhou o duelo com Portaluppi, pois teve melhor rendimento no meio-campo, maior posse de bola e criou as melhores chances em toda a partida.
O primeiro lance de perigo ocorreu logo a um minuto depois de troca de passes do River Plate com a bola chegando até Borré dentro da área, mas o atacante bateu mal. De fora, Ponzio experimentou Grohe num chute forte que o goleiro mandou para escanteio. O Grêmio respondeu com Alisson arriscando de fora da área finalização que passou à direita de Armani.
Na jogada seguinte, Palacios deu uma bomba raspando à trave. Alívio tricolor. Mas só dava River. Aos 27, troca de passes entre quatro jogadores, Cícero espanou, e no rebote Palacios mandou chute tirando tinta da trave. Porém, foi o tricolor, copeiro e atual Campeão da América, quem chegou lá. Cortez foi a linha de fundo e cruzou, a zaga tirou. No escanteio, Alisson cobrou com defeito e a bola bateu em Ponzio, se oferecendo para Leonardo Gomes mandar uma chicotada e superar Armani, 1 a 0 Grêmio. Delírio azul com a vaga praticamente garantida.
Todavia, os argentinos não se entregavam. Borré assustou quando acertou um belo chute colocado que passou perto e Casco completou cruzamento por cima. Segundo tempo O River Plate voltou com Pity Martinez no lugar de Nacho Fernández buscando mais força ofensiva. Palacios, de grande movimentação, arrematou por cima aos dois minutos. Renato foi obrigado a trocar Maicon, cansado, por Everton, mesmo sem suas plenas condições físicas. O time ganharia o contra-ataque para matar o jogo. Leonardo Gomes arriscou por cima aos 11.
Everton, em lance individual, obrigou Armani a fazer boa defesa aos 16. A troca foi boa e o Grêmio passou a ficar com a bola, criar e fazer o tempo correr. Na melhor oportunidade, aos 21, Cícero lançou Everton que, na frente do goleiro, desperdiçou a chance do segundo gol. Armani defendeu com o pé.
O desesperado River Plate chutava de tudo que era jeito. Paulo Miranda sentiu e pediu para sair. Bressan entrou e, no primeiro lance, já recebeu cartão amarelo devido o empurra-empurra com Pinola. E numa falta da intermediária, aos 36, Pity Martínez mandou para área, e Borré, sem marcação, cabeceou com a bola desviando em seu braço e encontrando às redes tricolores, 1 a 1. Três minutos depois, cruzamento para área tricolor, Scocco dominou e chutou de virada, a bola bate no braço de Bressan. Os próprios jogadores do Millionario cobraram o escanteio. Foi então que Jael caiu no meio campo. A partida ficou paralisada, tempo suficiente para o árbitro de vídeo avisar Andrés Cunha sobre o lance. Ele se dirigiu a TV e marcou o pênalti.
A partida ficou oito minutos paralisada. Bressan recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. Teve de ser contido para não bater na arbitragem. Na cobrança, Pity Martínez descolocou Grohe e fez o 2 a 1 River para desespero da massa tricolor.
A partida foi até aos 59 minutos com o Grêmio buscando o empate sem sucesso. Fim de jogo, desclassificação e revolta da comissão técnica gremista. Renato afirmou que o time foi “roubado”. Agora, resta ao tricolor ficar no G4 do Brasileirão para obter vaga direta na Libertadores de 2019.