*matéria com informações do portal Brasil de Fato
O Dia Internacional da Mulher é uma data onde tradicionalmente se exaltam as mulheres e as pautas de igualdade que foram sendo conquistadas pelo sexo feminino no decorrer da história.
No Brasil, as mulheres passaram a ter direito ao voto apenas em 1932. E foi só no ano de 1962 que o Estatuto da Mulher Casada permitiu que a mulher, quando em novo casamento, mantivesse o direito sobre os filhos.
Neste dia 8, o JM Digital traz à tona a memória da doutora Margarida Barreto, pioneira nos estudos a respeito do assédio moral no ambiente de trabalho, que faleceu na última quinta-feira (3). Pesquisadora e médica, vinculada à Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Margarida liderou pesquisas e estudos que ajudaram a conceituar e diagnosticar as situações de abuso.
Em 2010, trabalho realizado em indústrias de São Paulo revelou que 71% dos trabalhadores já não sentiam mais prazer em trabalhar por decorrências de pressões e humilhações experenciadas no local de trabalho. Em pesquisa que incluiu todas as regiões do país e foi compilada em tese de doutorado na PUC-SP de título Assédio moral: a violência sutil, Margarida apresenta um detalhado panorama das práticas de abuso.
Mesmo nesse contexto, a desigualdade entre os gêneros se faz presente, como pode ser visto no trecho abaixo, retirado da tese da pesquisadora:
O trabalho acadêmico de Margarida sempre esteve aliado à sua atuação junto aos sindicatos. A médica também foi protagonista no engajamento e conscientização dessas entidades na defesa dos trabalhadores contra o assédio moral.
Margarida Barreto é mais uma mulher brasileira que merece ser reconhecida por sua coragem e atitude de defender os mais vulneráveis. Seu trabalho abriu caminhos para garantir a saúde mental e a integridade física dos trabalhadores e trabalhadoras.