Neviton Matos Filho, natural de Urubici, Santa Catarina, nasceu no dia 17 de dezembro de 1960. Na juventude, conheceu um experiente fotógrafo, Avelino. Ele foi o responsável por trazer o então jovem de 18 anos para a cidade de Júlio de Castilhos no ano 1978. À época, Neviton chegou a cogitar o ingresso na Escola Agrícola em Santa Maria, porém, o destino dele estava traçado, e a Terra da Mãe de Deus seria o local onde se consagraria na profissão.
No dia 05 de dezembro de 1978, era inaugurado o estúdio fotográfico, Foto Zappelini, na Avenida Vaz Ferreira, no centro de Tupanciretã. Das fotos ainda em branco e preto à era digital, Matos segue registrando momentos e eternizando fatos, reproduzindo através dos flashes e do olhar apurado, histórias de vida e momentos marcantes que atravessam gerações.
Atualmente com a loja localizada na rua Paulino Aquino, na área Central, Zappelini, como ficou conhecido, armazena as máquinas fotográficas que ajudaram a trilhar a marcante trajetória do profissional. A exposição particular testemunhou momentos inesquecíveis na brilhante carreira.
“As câmeras trazem boas recordações, pois algumas são bem antigas, que usei no início da carreira de fotografia aqui em Tupã, então de vez em quando eu lembro de algumas histórias que aconteceram. Todas foram bem utilizadas, a gente fez muitos eventos, foram bem usadas e deixaram um bom resultado. Tenho um bom acervo, não tenho a primeira, mas tenho várias que me serviram”, relata.
Dos recortes de jornais antigos chama a atenção o cuidado em preservar uma caminhada de sucesso, mas também de muito aprendizado e qualificações. Segundo ele, com a evolução dos smartphones, as pessoas registram momentos especiais, mas muitas vezes esse conteúdo se perde.
Neviton Matos, Zappelini.
“Na verdade, assim, hoje o fotógrafo continua fazendo parte dos eventos. Muitas vezes, as pessoas, pela facilidade que têm de ter um telefone com câmera, que os telefones com câmera tomaram conta, das tomadas e dos eventos, registrando. Só que tem uma coisa que existe, uma preocupação na verdade. A fotografia digital ela tirou um pouco a curiosidade, porque no tempo do analógico você pegava, tinha uma câmera em casa, um ‘filmezinho’ você fotografava o aniversário do teu filho e segunda-feira, você corria no laboratório para revelar a foto. Estava curioso para revelar as fotos. No entanto, hoje, você fotografa com o teu celular, tu já olhas na hora. Matou a curiosidade, olha uma vez, duas e nunca mais olha e muitas vezes esses registros acabam se perdendo. Isso é preocupante, porque as pessoas estão ficando sem história. Enquanto o fotógrafo, quando ele é contratado com um evento, ele oferece um álbum encadernado ou as fotos impressas num papel, então acaba voltando lá aos tempos antigos, quando a fotografia era exclusiva no papel. Hoje ela está digital, muita gente, às vezes, perde os seus arquivos e acabam ficando sem história", disse Zappelini.
Neviton Matos Filho, filho de Newton Matos e Belmira de Souza Matos (in memoriam), pai de Alanna, Manoel Bruno e Yasmim, e avô de Laura e Lorena, fez questão de expressar sua gratidão à comunidade de Tupanciretã, que sempre confiou e acreditou em seu trabalho.
“Tenho muito a agradecer à comunidade de Tupanciretã por ter acreditado em nós, nos apoiado e nos dado a oportunidade de mostrar o nosso trabalho. Principalmente quando chegamos, e depois foi só seguir em frente. Agradecemos a todos os nossos clientes e amigos pelo apoio sempre dispensado a nós e estamos aqui, seguindo em frente, continuando e, se Deus quiser, por muitos, muitos anos ainda”, encerra.
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