Independente do turbilhão político e jurídico que vivemos neste momento, as instituições seguem seu curso e ofício. Na troca de comando, sempre acende a luz da esperança por melhor eficiência nos serviços prestados. É normal aos seres humanos, no exercício de mandatários, empregarem muito do seu Eu. Bem por isso, nenhuma gestão é igual à outra. Além do fundamental e do estatutário, cada gestor emprega seu DNA de conhecimentos, emprega seu estilo conceitos, crenças e projetos.
O desvalimento que tem permeado nossos órgãos institucionais faz com que, de ora em diante, cresça a expectativa por quem os comanda ou comandará. Há uma ânsia por profissionais probos, por pessoas que possam fazer a diferença e que tenham como virtudes: seriedade, honestidade, trabalho e foco.
Ninguém chega ao alto comando sem uma "network" consolidada, esta rede de colaboradores funcionários, amigos e familiares é importantíssima. Porém, destes vínculos é preciso que seja valorizado o "merecimento" e, não, amarras, conchavos e nós do velho e surrado toma lá, da cá. Nessa linha, vejo com muita simpatia e alegria os novos presidentes da AJURIS (Associação dos Juízes do RS) e do Poder Legislativo.
Sinceramente, espero que tenham êxito. Digo isso de coração pelo fato de saber que tanto a magistrada Vera Lúcia Deboni e o deputado Marlon Santos são seres "especiais". Deboni é da área da infância e juventude, logo, tem afinidade com crianças, coisa de "anjo". Marlon também divino, é "médium", um ser que vive bem nos dois mundos.
A juíza Vera já deu o ar da graça e competência aqui em Tupanciretã e, hoje, faz parte de um time seleto de mulheres do Brasil e da Justiça. Nas primeiras falas como presidente já cobrou respeito e defendeu o Judiciário dos ataques vis. Criticou as posições corrosivas e não republicanas dentro do próprio judiciário. Prometeu dar muita importância e atenção para situações como a corrupção e o populismo. Além disso, Deboni é Defensora implacável dos direitos humanos.
Por certo, terá a firmeza e a serenidade como aliadas para a prática da essência do Estado Democrático de Direito. Com coragem, contestou a Reforma da Previdência. Na sua visão, esta será danosa para todas as classes sociais. Enfim, se Carmem Lúcia (presidente do STF) e Raquel Dodge ( procuradora-geral da República) formam uma dupla dura de retaguarda, Vera Lúcia Deboni é uma centroavante com sede de gol. Que este time ganhe sempre de goleada, o Brasil e o Rio Grande do Sul precisam.
Quanto ao Deputado Marlon Santos, me somo às centenas de milhares de devotos que na Cachoeira do Sul buscaram e ainda buscam a cura e melhorias pelas suas mãos. Aliás, não foram poucas vezes que presenciei Marlon no exercício de seu "poder divino" atuando em benefício das pessoas. Simples. Humilde. Humano. Afora isso, quando um homem com tamanha missão de vida ainda encontra prazer, tempo e força para a atividade parlamentar, merece nossa atenção e respeito.
Algumas posições já tomadas e trabalhos mostrados nós remetem a um político sério. Já prometeu que em sua gestão o Legislativo jamais se fechara para o povo. Defensor do Parlamento e dos seus pares, preza pelo diálogo com o Executivo. Mesmo assim, observou a falta do Governador Sartori em sua posse, pois, no seu entender, as matérias em curso na casa, em especial o Regime de Recuperação Fiscal, não foram bem trabalhadas. Ficaram carentes de esclarecimentos, inertes.
A cerimônia de sua posse, com a presença e pregação de um pastor e de um padre, trás ao Parlamento gaúcho um pouco de misticismo e do mundo espiritual. Que estes espíritos "iluminados" acompanhem os ocupantes da tribuna, amenizando as ofensas e discordâncias entre ambos. Que unifique e pacifique as galerias, e direcione as votações para um novo Rio Grande, independente de futuras eleições, partidos e posições políticas. A ambos, desejo, mais uma vez, sorte e sucesso.