Uma semana depois do maior acidente de trabalho ocorrido em Tupanciretã, ainda há marcas silenciosas nas pessoas de bom coração. Não seria temerário dizer que todos os elementos da tragédia estavam caracterizados naquele canteiro de obra, imprudência, negligência e imperícia.
Abandonados a mais de 8 metros da vida, os três trabalhadores tinham dor, amor e família, assim como nós, a indignação é o reflexo de um sofrimento carregado de saudade, não podemos cegar diante de tamanha irresponsabilidade.
Uma filha que desejava uma bicicleta, uma esposa sem resposta, um pai sem afago, um filho distante, a falta de apoio da empresa, patrões em fuga... foram tantas tristezas carregadas com aquelas vidas.
Dos bombeiros e policiais a seriedade e o cuidado com a exposição das vítimas, tratamento digno para aqueles operários que morreram na solidão.
É necessário uma fiscalização mais severa por parte das autoridades, pois não há possibilidade alguma de se prever um culpado, mas a concretização pela punição de empresas que utilizam ferramentas inadequadas de trabalho e com a necessidade de equipamentos adequados para fiscalização de obras incorretas deve ser ação imediata.
Devemos questionar os órgãos regulatórios que têm a missão de acompanhar e cobrar, mas é preciso que alcancem a todos de maneira igualmente proporcional.
A Lei serve para todos e não podemos esquecer que nesse país os pequenos são esquecidos mesmo que estejam inseridos em uma grande fatalidade como essa.