A Delegacia de Polícia Civil de Tupanciretã aderiu a sirenaço que marca o apoio da categoria à colega baleada, na cabeça, em abril do ano passado. Laline Latérrea, da 3ª DP de Rio Grande ficou ferida após o principal suspeito trocar tiros com os agentes em uma ação. O fato ganhou às páginas dos principais veículos de imprensa e viralizou na internet, após determinação judicial que colocou o homem em liberdade e alterou a tipificação do crime.
A UGEIRM Sindicato organizou um sirenaço para esta quarta-feira, às 14h, em todo o Rio Grande do Sul. Por um minuto, as viaturas soaram as sirenes em diferentes cidades gaúchas. Em Tupanciretã, o ato contou com apoio da Brigada Militar.
A ação, Vidas Policiais Importam, tem como objetivo mostrar à sociedade que a decisão fragiliza o trabalho da Polícia Civil e reverter a deliberação que colocou o autor em liberdade.
Em Santa Maria, sede da Delegacia Regional, o delegado Sandro Meinerz, durante o ato, falou à imprensa e representantes da segurança pública.
"Isso pode acontecer com qualquer um de nós. No nosso cotidiano, todos os dias, nós estamos enfrentando essa violência, a criminalidade. Colocando a nossa vida em risco. E quando colocamos a nossa vida em risco, nós estamos fazendo isso em prol da sociedade. É muito duro, contundente, ler uma decisão dessa natureza, parece que um desprezo com a vida policial, atirar contra policiais em serviço. Isso é um dolo evidenciado. Isso aqui não é um movimento contra o Poder Judiciário, e sim contra uma decisão absurda que cria em precedente perigosíssimo", disse o delegado regional.
NOTA DE REPÚDIO PUBLICADA PELA UGEIRM SINDICATO
"Decisão Judicial manda soltar homem que baleou a Policiai Civil Laline Latérrea em Rio Grande
Em decisão judicial assinada pela Juíza Paula Cardoso Esteves, foi determinada a soltura de Anderson Fernandes Lemos, que no dia 1º de abril de 2022, baleou a Policial Civil Laline Latérrea na cabeça, durante o cumprimento de um Mandado de Busca e Apreensão, na cidade de Rio Grande. Em sua decisão, a Juíza desqualifica a acusação de tentativa de homicídio, alegando que o acusado tentou impedir que os policiais adentrassem em seu imóvel, não tendo, portanto, a intenção de matar, mas apenas impedir a execução do cumprimento da ordem legal. Com a desqualificação da tentativa de homicídio, o suspeito foi colocado em liberdade e não será julgado no Tribunal do Júri, com a constituição de um Júri Popular. Agora ele responderá, em liberdade, pelo crime de resistência à prisão, tendo seu julgamento realizado por um juiz, sem a participação de representantes do povo.
Com essa decisão, um homem que disparou vários tiros contra os policiais, atingindo na cabeça uma delas, estará solto nas ruas. Infelizmente, essa é a realidade que os (as) Policiais Civis gaúchos (as) enfrentam no seu cotidiano. Quando o próprio Judiciário não se coloca ao lado dos profissionais que arriscam as suas vidas para garantir a segurança da população, a sensação é de abandono total. Não bastasse a falta de reconhecimento do Executivo, que promove um arrocho salarial histórico à categoria, os (as) Policiais Civis têm que lidar com a falta de sensibilidade do judiciário, que manda soltar um criminoso que desfere uma série de tiros contra policiais que estavam cumprindo uma ordem expedida por esse mesmo Judiciário."
TODOS CONTRA A DENGUE