Própolis é uma substância resinosa que as abelhas recolhem de troncos e brotos de árvores e de algumas plantas. As abelhas usam esta mistura de resina natural e enzimas de sua saliva para dar estrutura, fechar aberturas e rachaduras na colmeia, e também como agente desinfetante. O própolis é diretamente responsável por garantir a assepsia das colmeias, pois ele tem uma potente ação antimicrobiana, o que protege as abelhas de doenças. Colmeias são locais propensos ao desenvolvimento de fungos, vírus e bactérias, dadas as suas condições de temperatura, umidade e superlotação. De forma mais comum esta substância resinosa tem cor marrom escura, mas pode ser encontrada em tons verdes, vermelhos, pretos e brancos, dependendo das fontes da resina coletada pelas abelhas. O própolis é composto de 50% de resina e bálsamo, 30% de cera, 10% de óleos essenciais e aromáticos, 5% de pólen e 5% de impurezas.
Devido ao grande número de ingredientes ativos presentes, como flavonoides, ácidos fenólicos, terpenos e óleos essências, a tintura (extrato alcoólico) de própolis é utilizada por seu efeito terapêutico, principalmente pela ação estimulante sobre o sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo. Suas propriedades ainda incluem ações antioxidante, antimicrobiana, anti-inflamatória e anticancerígena. A composição do própolis varia de acordo com a área geográfica e os diferentes tipos de plantas das quais é recolhido, o que determina a cor da resina e as suas propriedades. O própolis verde, por exemplo, é rico em éster fenetílico do ácido cafeico, com potente ação anticancerígena. O própolis vermelho é rico em diversas isoflavonas, com ação anticancerígena e bactericida.
Pesquisas sobre a composição do própolis mostram que ele apresenta cerca de 60 minerais, incluindo cálcio, magnésio, ferro, zinco, sílica, potássio, fósforo, cobre, cobalto, bem como 16 aminoácidos. Ele também contém vitamina A (betacaroteno) e vitaminas B1, B2 e B3.
Atividade antioxidante
Um estudo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry em 2004 mostrou que própolis contém componentes flavonoides e polifenólicos, com grande atividade antioxidante. Antioxidantes são necessários para combater a ação nociva dos radicais livres nas células, tecidos e órgãos, que podem provocar câncer e outras doenças degenerativas se não forem controlados. Além disso, os antioxidantes do própolis têm ação antienvelhecimento.
Antibiótico natural
O própolis tem sido utilizado por sua ação antisséptica durante séculos devido a seus inúmeros ingredientes ativos como ácidos fenólicos e terpenos. Povos antigos perceberam que o própolis tinha a capacidade de evitar a infecção e acelerar a cicatrização de feridas. Vários estudos mostram que o própolis possui grande eficiência contra micro-organismos, e um deles, publicado em 2009 na revista Wound Repair and Regeneration, mostrou que a aplicação tópica de própolis em feridas de roedores com diabetes acelerou significativamente a cicatrização. Estudos mostram também a sua ação na gripe, otites e infecções respiratórias.
Reforço na imunidade
Um estudo publicado em 2010 na Phytotherapy Research, evidenciou que o própolis contém proteínas e compostos com capacidade de alterar e regular o sistema imunológico, além dos benefícios antibacteriano e antiviral. O própolis ativa os passos iniciais da resposta imune estimulando receptores específicos e a produção de citocinas, que modulam os mecanismos da imunidade.
Potente anti-inflamatório e antioxidante
Um estudo de 2008 publicado no European Journal of Pharmacology mostrou que o própolis verde brasileiro contém um componente chamado artepillina-C, com propriedade anti-inflamatória notável e que ajuda a curar feridas. Além de ingerido, ele pode ser aplicado topicamente, como um creme, para tratar diversas inflamações da pele. Pesquisas mostraram que própolis é eficaz no tratamento de queimaduras de primeiro e segundo grau.
Ação anticancerígena
Como foi dito acima, o própolis contém cerca de 300 compostos ativos. Dentre eles, muitos contribuem para combater o câncer por vários mecanismos: inibem o crescimento de novos vasos sanguíneos que alimentam as células cancerosas (antiangiogênese), impedem a propagação ou metástase do câncer de um órgão para outro, param a divisão celular característica do câncer e induzem a morte celular programada (apoptose). Além disso, o própolis atenua os efeitos colaterais ou toxicidade de drogas quimioterápicas utilizadas no tratamento do câncer. A literatura científica sobre própolis e câncer mostra a sua ação contra tumores no cérebro, pâncreas, cabeça e pescoço, rim, bexiga, pele, próstata, mama, cólon, fígado e sangue.
Saúde da boca e dos dentes
Estudos mostram que própolis pode ser eficaz no tratamento da periodontite e gengivite. A ação da resina limita a placa bacteriana e reduz a cárie dental (Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine 2013). Algumas pesquisas mostram que o própolis pode ajudar a regenerar a polpa dental bem como o tecido ósseo.
O própolis pode ser encontrado em diversas apresentações e concentrações: extrato, tintura e pó. Ele pode ser encontrado na forma de spray bucal, pastilhas, balas, suspensão, xaropes, cápsulas e em gotas. O própolis também pode ser manipulado na forma de cremes, pomadas e loções, além de ser adicionado a diversos produtos cosméticos. A forma de tomar vai depender da formulação e do objetivo, mas de forma geral a indicação para manter a imunidade em dia é de 30 a 40 gotas dissolvidas em um pouco de água ou mel (siga as instruções da bula). Para outras indicações é importante ouvir a recomendação médica ou de nutricionista. Ele pode ser tomado por todas as pessoas, sem exagerar na dose. A única contraindicação é alergia ao produto.
Nutricionista Fabíola Baratto, Pós-graduada em nutrição esportiva; cursando pós graduação em gestão de pequenas empresas; certificada em jejum Intermediário; Atuação do nutricionista nas academias; conduta do nutricionista no manejo de obesidade infantil; nutrição na concepção, gestação e lactação; nutrição funcional; suplementação e fitoterapia em estética; prática no atendimento nutricional em estática e nutrição clínica.