No próximo dia 1° de janeiro, Gustavo Herter Terra, prefeito eleito no pleito de novembro com 5.198 votos, assume pela primeira vez a cadeira de chefe do Poder Executivo Municipal. Terra, de 52 anos, é médico veterinário, e tem como vice-prefeito, Marcio Teixeira Dias, agricultor, 42 anos, ambos oriundos de sindicatos. Antagônicos nas causas, mas parceiros na administração municipal, ou seja, na condução do futuro de milhares de famílias.
O novo prefeito encontrará um município organizado, bem diferente da realidade enfrentada pela situação, quando assumiu o governo em 2012. Tupanciretã enfrentava uma condição crítica, quase colapsada. As dívidas e desordem administrativa prejudicavam o desenvolvimento da capital gaúcha da soja.
O nome de Gustavo Terra ganhou força após o passamento de Miguel Chipetta Cardoso, a morte do pilar do Partido Progressistas, em abril deste ano, alavancou a figura de Terra. Mas a escolha não ocorreu de modo vil, pois em 2019, uma relação de possíveis candidatos indicados por filiados em evento do partido apontava a predileção pelo médico veterinário.
Dia 15 de novembro
O povo foi às urnas em ano de pandemia Covid-19, até mesmo a data do pleito sofreu alteração, prorrogando em 45 dias o dia da votação. Na disputa, Cristiano Aquino (PT) e Gustavo Pato, vice-prefeito (PSDB), foram derrotados por ampla maioria dos eleitores com 43,53% de aprovação ao candidato do Progressistas. O bloco montado com apoio do Partido Republicanos (PR) e Partido Socialista Brasileiro (PSB), a coligação ‘’Nasce Uma Nova Força’’ saiu vitoriosa no sufrágio e comandará o município nos próximos quatro anos.
Da Arena ao Progressistas
O PP passou por diversas transformações, até os dias atuais a sigla sofreu modificações e ramificações que derem origem à outras agremiações. Mas é impossível extrair dados sem citar a Arena, o partido criado no período militar, quando em 1973, no governo do prefeito Eduardo Ribeiro Bonumá, Miguel Chiapetta ocupou o cargo de vice-prefeito. No ano seguinte foi a vez de Miguel ocupar a chefia da prefeitura.
Os anos de chumbo ficavam para trás, e com a criação do PDS, o 11 - número da agremiação partidária-, ganhava o primeiro pleito após a redemocratização e o fim do sistema bipartidário, onde Arena e MDB eram os únicos aptos a concorrer a cargos políticos.
Osnei Dilari da Silveira, em 1° de fevereiro de 1983, abria uma sequência de mandatos que até hoje determinam a preferência da população tupanciretanense. Na era atual da política brasileira, o 11 venceu sete de dez disputas municipais, sendo a primeira vez que emplaca três mandatos ininterruptos. Embora no pleito de 2004, mesmo com vitória no voto direto, a Justiça cassou o mandato do então PPB, provocando assim um equilíbrio entre as forças políticas locais, mas não a desvantagem.
Relação de prefeitos desde 1983
(*) Iracema Pirotti concluiu o mandato de 2004/2008, quando em março de 2006 a Justiça encontrou irregularidade na campanha de Cardoso ao governo municipal.
A cerimônia de posse do novo prefeito, a 24° administração de Tupanciretã que completou 92 anos no último dia 21, acontece na sexta-feira, dia 1°, na Casa de Cultura, em horário a ser confirmado, mas certamente durante a manhã.
O JM Digital mostrará tudo ao vivo pelo Facebook.