Na tarde da última quinta-feira, 28/01, a prefeitura divulgou nota
informando a comunidade tupanciretanense a respeito de escola de modelo
cívico-militar no município. O prefeito Gustavo Terra se mostrou
satisfeito por conseguir dar início, em menos de 30 dias, a uma das
propostas do seu plano de governo. Segundo a nota do executivo, a escola
cívico-militar irá proporcionar a uma parcela de alunos municipais a
garantia de um modelo de ensino diferenciado, valorizado e com bom
desempenho no IDEB.
O modelo de escola cívico-militar,
que deve ser adotado em um educandário já existente no município, ainda
está sem data de implantação definida e sem a divulgação da escola que
irá aplicar a nova filosofia de ensino. O anúncio vem em meio a rumores
de fechamento de escolas municipais em localidades no interior
do município, assunto sobre o qual o executivo também não definiu nenhuma alteração até
o momento, embora tenha manifestado interesse em remanejar alunos com o interesse de buscar a melhoria na educação dos estudantes. Porém, mesmo sem nenhum anúncio oficial, pais da localidade Lajeado do Celso, interior de Tupanciretã, já vêm se manifestando nas redes sociais,
desaprovando a possibilidade de encerramento das atividades do colégio
que atende a comunidade. A prefeitura garantiu que nenhum aluno ficará
sem acesso ao ensino e não se informou qual escola pretende encerrar as atividades.
O QUE SÃO AS ESCOLAS CÍVICO-MILITARES?
No
Brasil, existem quatro modalidades de escola: públicas, privadas,
militares e cívico-militares. Mas como funciona uma escola
cívico-militar?
Nas escolas cívico-militares, civis e policiais
militares partilham a administração. De acordo com o novo modelo
proposto por Bolsonaro, os militares atuarão como monitores e
colaboradores, para auxiliar na gestão educacional e administrativa, a
fim de contribuir com a melhoria do ambiente escolar. Os professores e
diretores serão civis.
PROGRAMA FEDERAL ESTIMULA A ADOÇÃO DO MODELO CÍVICO-MILITAR
O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) lançado em 05 de setembro de 2019, pelo Decreto Presidencial nº 10.004, é uma ação do Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Defesa, que visa estimular a implantação de modelos educacionais cívicos-militares em todo o território nacional. De acordo com o MEC, as Secretarias estaduais de Educação continuariam responsáveis pelos currículos escolares.
No ano de 2020, mais de 50 escolas brasileiras adotaram o modelo. Para 2021, a previsão é de outros 54 educandários cívico-militares passem a existir no Brasil.
Para poder passar a adotar o modelo, as escolas devem atender às seguintes condições:
- Ter alunos em situação de vulnerabilidade social;
- Ter desempenho abaixo da média estadual no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb);
- Preferencialmente, ter o número de matrículas de 501 a 1.000;
- Ter vagas para os anos finais do ensino fundamental regular e/ou ensino médio regular;
- Ter vagas nos turnos da manhã e tarde;
- Contar com a aprovação da comunidade escolar para a implantação do modelo.
ESCOLAS CÍVICO-MILITARES NO RIO GRANDE DO SUL
Em
território gaúcho, até o momento, existem seis escolas contempladas pelo
programa. Localizadas nas cidades de Caxias do Sul, Alvorada, Alegrete,
Bagé (duas escolas) e Uruguaiana, as mudanças práticas no ensino desses
educandários acabaram sendo dificultadas nesse momento de pandemia.
Segundo a Secretaria Estadual de Educação, a presença de monitores
militares na rotina estudantil ainda não foi solidificada.
Apesar disso, o interesse em adotar o modelo é recorrente nas cidades gaúchas. Com a possibilidade de expressar interesse na adoção do modelo cívico-militar tanto através do governo estadual como diretamente via município, variadas cidades já se manifestaram. Atualmente, Tramandaí e Novo Hamburgo aguardam definição para aplicação do modelo.