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Tupanciretã

Colheita da soja atinge 80% da área no RS

O produtor está satisfeito com a produtividade e com os preços praticados, que continuam em alta

Publicada em 30/04/21 às 08:49h

Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues


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Colheita da soja atinge 80% da área no RS
 (Foto: EMATER)


A colheita de soja avançou de forma significativa, beneficiada pelo clima seco, e atinge 80% da área cultivada no Rio Grande do Sul. O produtor está satisfeito com a produtividade e com os preços praticados, que continuam em alta. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (29/04) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), 18% das áreas de soja estão em maturação e 2% das lavouras, em enchimento de grãos.

 

Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a colheita da soja chega a 95%. O produto colhido apresenta baixa umidade e alta incidência de grãos quebrados e verdes, devido à maturação desuniforme. Com a retirada da cultura, os produtores intensificam a coleta de amostras de solo e realizam a distribuição de calcário nas áreas onde o laudo de análise recomenda correção da acidez do solo ou para elevar a saturação de bases da solução do solo.



No milho grão, a colheita avançou pouco na semana, pois muitos produtores ainda priorizam a colheita de soja e arroz, e chega a 82% da área no Estado. O produto segue com boa cotação, o que favorece produtores que tiveram considerável redução de produtividade em suas lavouras, causada pela estiagem da primavera e agora por novo estresse hídrico.

 

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, com 85% da área de milho colhida, a produtividade média das lavouras está em 3.114 quilos por hectare. Aumentaram os relatos sobre lavouras com problemas de enfezamento, em consequência do ataque de cigarrinhas, sendo observada entre as variedades grande diferença de comportamento em relação à doença. Na de Passo Fundo, a colheita chegou a 99% das áreas; de maneira geral, a produtividade final tende a ser bem maior do que a esperada inicialmente, quando a baixa precipitação indicava restrição ao potencial produtivo.

 

No arroz, a safra está praticamente finalizada, com 95% das áreas colhidas, e apresenta ótimos resultados. Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, as produtividades obtidas são consideradas muito boas, com lavouras superando 9 mil quilos por hectare em Alegrete. O rendimento de grãos inteiros é bom, havendo variação conforme a época de plantio, cultivar utilizada e o nível de investimento adotado, especialmente a quantidade de fertilizantes. A maior parte das lavouras colhidas é utilizada em sistema de integração para engorda de bovinos.



CULTURAS DE INVERNO

Trigo - Cultura em entressafra. Em várias regiões, a perspectiva é de aumento da área cultivada e também de melhoria no nível tecnológico. Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, seguem os preparativos para a implantação da nova safra de trigo. Produtores dão prioridade à escolha e aquisição de insumos. Embora estejam com preços elevados, o custo total da produção da cultura para esta safra é inferior ao apurado na safra 2020, devido à valorização do produto no preço pago aos produtores.

 

Canola - Na regional de Santa Rosa, produtores planejam a safra; a semeadura deverá ser iniciada em maio, mesmo diante das perdas ocorridas no último ano devido à forte formação de geada no final de agosto. O preço médio pago ao produtor é de R$ 166,80/sc. de 60 quilos.

 

PASTAGENS E CRIAÇÕES

A escassez de chuvas, associada à queda das temperaturas e ao encurtamento dos dias, tem comprometido o crescimento e o rebrote das pastagens; por consequência, há diminuição na oferta de alimentos, além de o déficit hídrico atrasar a implantação das pastagens anuais de inverno. As chuvas que ocorrem na fronteira Sul e na região Central permitiram a adubação nitrogenada das pastagens já implantadas. O campo nativo ainda está com oferta de pasto em áreas mais úmidas situadas nas baixadas, ao contrário do restante das áreas, onde as pastagens nativas já se encontram em final de ciclo e sem valor nutricional.

 

BOVINOCULTURA DE CORTE

Apesar de o cenário de vazio forrageiro resultar na diminuição da oferta de alimentos, não é considerada grande a perda de peso dos animais. Os produtores rurais estão manejando os rebanhos nos potreiros com melhor disponibilidade de pastagens, ou realizam a venda de animais para ajustar a lotação e evitar uma maior perda do estado corporal. A fase predominante do rebanho bovino é de gestação das matrizes e de cria e recria dos terneiros do ano anterior. Com temperaturas mais frias, o clima tem sido excelente para a gestão das matrizes, pois não ocorreram situações de estresse térmico.

 

Em relação ao aspecto sanitário, seguem sendo aplicados os protocolos de manejo para controle dos carrapatos, com uso mais intenso de carrapaticidas devido ao aumento expressivo de parasitismo, o que é esperado para a época. Além disso, os extensionistas rurais da Emater/RS-Ascar seguem orientando os produtores em relação às obrigações sanitárias, como a vacinação da brucelose e a declaração do rebanho nas Inspetorias de Defesa Agropecuária da Seapdr.

 

BOVINOCULTURA DE LEITE

Em decorrência da desaceleração do crescimento da forragem, é necessário suplementar a dieta dos rebanhos leiteiros com silagem de milho e concentrado proteico, para não haver queda de produtividade. Como consequência, temos a elevação dos custos de produção e uma redução nas margens de lucro do leite. Mesmo com a diminuição da oferta de forragens, os rebanhos mantêm condição corporal favorável e a predominância de dias com temperaturas mais amenas favorece o conforto térmico dos animais, que permaneceram pastejando por mais tempo, obtendo assim um melhor aproveitamento das pastagens de maneira geral.










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