Em entrevista coletiva realizada nesta quarta (2) após reunião do COE, o prefeito Gustavo Terra prestou esclarecimentos à comunidade sobre os assuntos tratados no encontro, os quais versam sobre as medidas sanitárias de combate à pandemia. Outro assunto, porém, recebeu grande atenção durante a entrevista: os rumores de municipalização da escola Joaquim Nabuco.
Assim, durante a coletiva, Gustavo Terra explicou mais detalhadamente o imbróglio envolvendo a cessão da escola Joaquim Nabuco à administração municipal, e reforçou a inexistência de conversas nesse sentido. O chefe do executivo municipal iniciou sua fala revelando como ficou sabendo da questão:
- “Ontem (terça, 1º), tomei conhecimento de uma fala da vereadora Jocelene durante a sessão legislativa, a qual presto meus cumprimentos, pois foi uma manifestação muito inteligente. Trouxe à pauta um assunto muito pertinente, e de maneira muito educada. Também vi outras manifestações, de um outro vereador, que me causou certa surpresa. Uma manifestação agressiva e direcionada ao executivo municipal, que me preocupou muito, pois, mais ou menos convocava a comunidade a ficar contra o executivo municipal. Queria dizer a esse vereador que é necessário substituir a palavra municipal por estadual. Ele está convidando a comunidade a ficar contra a administração estadual, que inclusive, é do seu próprio partido”, disse, ressaltando o protagonismo estadual em questões referentes ao repasse de escolas estaduais para os municípios.
Em seguida, Gustavo Terra reafirmou sua conduta de não estar agindo em favor da possibilidade de municipalização da escola Joaquim Nabuco:
- “Em momento algum, eu solicitei municipalização do Joaquim Nabuco. Não se cogita, sob hipótese alguma, fechamento do Joaquim Nabuco. Vi que muitas pessoas distorceram a questão, dizendo que a ideia era de fechamento da escola. Isso não existe. Estamos muito focados no desenvolvimento do município, e a comunidade percebe isso. Peço a todos que fiquem atentos a quem fala e a o quê fala, para interpretar quais os reais interesses dessas pessoas que estão falando. Se é uma oposição vazia ou uma oposição consciente”, afirmou.
Comentando sobre o que poderia ter originado os rumores, o prefeito explicou que a cessão de patrimônio aos municípios vem sendo adotada pelo governo estadual como maneira de quitar dívidas:
- “Existe outra situação que foi colocada, que fala que o Joaquim Nabuco seria entregue ao município como quitação de dívidas do governo do estado. O governador, de maneira muito responsável, tem tentado saldar as dívidas que o estado tem com os municípios. Como não há dinheiro em caixa para isso, o governo estadual tem tentado dar bens do seu patrimônio. Nos foi passado uma relação vasta desses bens. Estamos avaliando o custo-benefício, pois não adianta aceitarmos algo que nos dê despesas e não traga benefícios à comunidade. Um dos motivos que pode ter motivado o rumor de municipalização da escola é que solicitei ao setor de planejamento para que fizesse uma avaliação desses bens, para que, num momento futuro pudéssemos voltar a tratar desse assunto. Assim, um técnico foi ao Joaquim Nabuco para fazer uma avaliação e foi barrado. Uma atitude indelicada. Talvez, alguma pessoa, individualmente, que imagina que vá sair perdendo, esteja criando esse problema. Meu compromisso, enquanto prefeito, é beneficiar a comunidade. Estou aqui para resolver os problemas que eventualmente surgirem”, informou.
O prefeito revelou que o governo estadual vem cedendo aos municípios escolas de pequeno porte. Mas garantiu que, em Tupanciretã, decisões que venham a ser tomadas nesse sentido não causarão prejuízos aos profissionais que trabalham nas escolas estaduais:
- “Há um programa estadual de passar aos municípios as escolas de pequeno porte. Inicialmente, nós relutamos a esse programa, mas aceitamos essas escolas municipais. Em um primeiro momento, os funcionários e professores puderam ser realocados nas demais escolas do estado. Se o governo estadual resolver passar também as escolas de médio ou grande porte aos municípios, sabemos que teremos que acolher os funcionários e professores do estado, sejam contratados ou concursados. De minha parte, não admitirei que essas pessoas sejam demitidas. Se algum dia, nossa administração tiver de lidar com essas questões, eu jamais deixaria os funcionários e professores desamparados”
O prefeito ainda ressaltou que, em caso de municipalização, os profissionais atuantes na escola estadual acabariam aumentando seus recebimentos salariais:
- “Fiz um levantamento de todos os salários dos professores estaduais, e de todos os salários dos professores municipais. Também dos secretários de escolas, e dos serventes de escolas. Em todas as situações, o governo municipal paga aproximadamente 20% a mais do que o governo estadual. Então, se em algum momento a escola Joaquim Nabuco vier para o município, eu colocaria como condição que os professores dessa escola fossem cedidos ao município”, falou o gestor municipal, ressaltando que nenhum profissional atuante na escola Joaquim Nabuco será prejudicado, e que a comunidade pode ficar tranquila em relação a essa pauta.
Ao final de sua fala, o prefeito fez questão de dizer que está aberto para conversas que visem o esclarecimento dessa questão:
- “Estou à disposição dos professores e funcionários (da escola) para conversas e esclarecimentos. O gabinete está aberto. A intenção sempre é acertar. Estão criticando o município por atitudes do governo do estado”, concluiu Gustavo Terra.