Em oito de dezembro é comemorado o Dia da Nossa Senhora Imaculada da Conceição, data celebrada pelo menos desde os anos 1.477, quando foi anexada ao calendário da Igreja pelo Papa Sisto IV. De origem católica, a divindade representa a Virgem Maria limpa do pecado original. Isto é, a mãe de Jesus nasceu pura e assim se manteve durante toda a vida, e então foi a genitora do filho de Deus.
Essas são as características da padroeira de Tupanciretã, estando inclusive no nome da cidade, em sua tradução para a língua dos indígenas charruas e minuanos. Conta a lenda da cidade que a Mãe de Deus foi aclamada pelos indígenas em uma noite de forte tempestade, revelando o caráter amoroso e misericordioso da Virgem Maria para com os debilitados.
O Brasil, país cheio de culturas e povos, tem em seus costumes o chamado sincretismo religioso. Ou seja, a mistura de crenças, aproximando santidades dos mais diferentes credos. Sendo assim, a Nossa Senhora Imaculada da Conceição é também Oxum, rainha das águas, cultuada na Umbanda e no Candomblé, representando a sabedoria e o poder feminino. Assim, sendo água e mulher, Oxum também representa a essência da vida.
É possível pensar que, naquela tempestade onde os índios clamaram pela Virgem, estava ela, Nossa Senhora, ordenando às águas que acalmassem. Assim, a partir daquele momento espiritual, a essência da vida pode cobrir os pagos de Tupanciretã, dando origem à nossa querida e amada cidade.
Que neste oito de dezembro comemoremos o dia da padroeira de nosso município, refletindo sobre o coração bondoso da Virgem Maria, sobre o coração bondoso do orixá Oxum, buscando inspiração nas energias vitais da água e do feminino, na pureza em relação ao pecado, para que possamos acolher com amor aqueles que nos pedem ajuda e compaixão, da mesma forma como Tupanciretã acolheu a todos nós.