Durante conversa do prefeito Gustavo Terra com o Jornal Manchete Digital na tarde da última quarta-feira, dia 12, o tema da crise hídrica teve destaque na declaração do chefe do executivo tupanciretanense. A partir de quinta-feira, dia 13, equipes da prefeitura começam a percorrer o interior para realizar levantamento sobre a situação de escassez de água, que prejudica lavouras e também o consumo humano.
- "Somos o primeiro município a decretar emergência e ter o pedido homologada pelo estado e pela União. Então, a orientação é que todos [os municípios] façam isso, porque a seca é regional. Nas regiões da Fronteira, Oeste e Centro, as perdas são calamitosas. Níveis altíssimos: 100% do milho que não é coberto no pivô está perdido. Os reservatórios que abastecem os pivôs também estão secando e muitas lavouras correm o risco de ter o seu abastecimento hídrico pelo pivô encerrado antes do final do ciclo da cultura. E aí acaba-se perdendo tudo”, explicou o prefeito.
As chuvas abaixo da média provocam perdas de, aproximadamente, R$ 150 milhões para o município. Outra preocupação do chefe do executivo municipal é sobre o efeito negativo no crédito, comércio e empregos:
- “Algumas informações trazidas até pela EMATER, do último levantamento que eu tive acesso, já há um certo tempo, era de R$ 120 milhões em perdas no município. E eu tenho absoluta certeza que hoje passa dos R$ 150 milhões. E o meu medo é que algum produtor rural fique com seu negócio inviável, que demita os seus funcionários, que crie passivo nas instituições financeiras. É uma preocupação muito grande da nossa parte. O próprio decreto de emergência já visa ajudar esses produtores e o que está na nossa alçada, nós estamos fazendo, e seguiremos fazendo”.
Gustavo Terra detalhou ainda a situação da falta de água para consumo humano:
- “Segundo o último registro, estamos tendo de fornecer água potável a 29 famílias, duas vezes por semana no interior do município. Isso é grave. No próximo boletim, provavelmente passará de 30 famílias que precisam água, senão não terão o que beber. Temos uma fila enorme de demanda em espera, porque a nossa capacidade é limitada. Fiz solicitação para o exército, além de outras para o governo do estado, a União e a Defesa Civil. Estamos atuando de todas as maneiras possíveis para preservarmos a integridade, a saúde e a qualidade de vida da nossa comunidade”.
E revelou que irá, pessoalmente, às comunidades do interior para se inteirar a respeito das situações vividas pelas comunidades locais:
- “Quero dizer às comunidades do interior que ligaram para a Prefeitura e para a Secretaria da Agricultura, que todos os cadastros foram repassados para a Defesa Civil. Juntamente com a coordenadora da Defesa Civil, com o coordenador de agricultura e com o secretário interino de obras, faremos um tour no interior do município, vistoriando as demandas, montando uma escala de serviço para atendermos prioritariamente os mais urgentes, para que todos, em algum momento, sejam contemplados”.
