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Tupanciretã

Considerando todas as culturas, prejuízo da agricultura em Tupanciretã chega aos R$ 2 bilhões, informa o vice-prefeito Márcio Dias

Perdas no milho sequeiro chegam aos 80%. Em relação à soja, expectativa de produtividade é de cerca de 40 sacas/hectare a menos do que a última safra

Publicada em 07/02/2022 às 16:22h

Leonardo Pinto dos Reis


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Considerando todas as culturas, prejuízo da agricultura em Tupanciretã chega aos R$ 2 bilhões, informa o vice-prefeito Márcio Dias
 (Foto: JM Digital)

 

Na manhã desta sexta (4), o JM Digital recebeu o vice-prefeito, secretário da Agricultura e secretário do Desenvolvimento Rural, Industrial e Comercial, Márcio Teixeira Dias, para conversar a respeito do impacto da estiagem nas culturas e produções agrárias desenvolvidas no município. Sabe-se que as lavouras da Capital Gaúcha da Soja estão sofrendo com as faltas de chuva, assim, o vice-gestor municipal informou a população sobre as medidas que estão sendo tomadas a fim de evitar maiores danos: 

  • “Essa situação de seca extrema não acontecia há décadas. O RS é o estado que mais está sofrendo com a questão da estiagem nesta safra. No mês de dezembro, tivemos o encaminhamento de reivindicações, pelos representantes da classe dos agricultores, para os governos federal e estadual. No mesmo mês, o governo federal aprovou lei dando possibilidades de ajuda. Porém, as resoluções a respeito de como a lei será executada ainda não vieram. Até o momento, não tivemos o resultado das ações. A expectativa que temos hoje é mostrar, a cada semana, dados atualizados para as autoridades em nível estadual e federal”. 

 

A busca por apresentar sempre dados atualizados tem o objetivo de fortalecer os argumentos que possam ajudar no envio de auxílio para os produtores: 

  • “Ontem tivemos a reunião do IBGE, atualizando os dados oficiais do município. E também teremos a atualização nos dados da Secretaria da Agricultura e na EMATER, que busca dados também com cooperativas, sindicatos e agrônomos particulares. Temos argumentos e informações suficientes para recebermos respostas dos governos federal e estadual”. 

 

 

Além da ajuda governamental, o auxílio financeiro também é recurso buscado pelos produtores. Porém, nesse caso, componentes burocráticos acabam dificultando o acesso: 

  • "A cada ano, o processo para realizar o seguro está cada vez mais burocratizado, e grande parte dos agricultores não possui tempo nem estrutura para tal. Além disso, alguns produtores não conseguem acesso a serviços como financiamento. A agricultura familiar tem um percentual pequeno de projeção da renda futura. A maioria sobrevive do meio rural, e não consegue ter economias guardadas”, disse, destacando a necessidade de se evitar o êxodo rural. 

 

 

 

 

O vice-prefeito também ressaltou o fato de que o ciclo da lavoura ainda não foi fechado, situação que acabar por retardar os cálculos finais relativos às perdas: 

  • “Muitas pessoas questionam os dados, mas acontece que o ciclo da lavoura ainda não terminou, por isso, ainda não há como afirmar perda de 100%. E isso impacta nas decisões do governo. Na cultura da soja, temos perdas em torno de 65%, considerando as culturas de todos os ciclos. Tínhamos a expectativa de colher 55 sacas por hectare, e estamos em um cenário entre 15 a 20 sacas. No irrigado, temos perda de 28%. A cada dia que passa, a situação se agrava cada vez mais. Daqui uma semana, a perda deve continuar, pois não há previsão de chuvas boas. Esperamos que as pancadas continuem, para que os produtores consigam, pelo menos, sementes para a próxima safra”, disse, destacando como o calor extremo eleva a temperatura do solo para além dos 50°C, revelando perda de 80% no milho em sequeiro, e de 10% no milho irrigado. 

 

 

Apesar disso, já é possível estimar os prejuízos causados pela estiagem. E eles estão na casa dos bilhões de reais: 

  • “Em Tupanciretã, as perdas referentes ao milho e à soja giram em torno de R$ 1,2 bilhão. Somando todas as culturas do município, o prejuízo chega aos R$ 2 bilhões. Na produção de leite, já não se fala em perda de produtividade, mas em perda de animais. Passamos das 80 toneladas de silagem enviadas ao interior e três produtores já fecharam propriedades, pois não há leite. São as consequências do prolongamento da estiagem. Na cultura do feijão, a perda está acima dos 60%. Inclusive, não ocorreu sequer o plantio da pequena safra”, disse, revelando que até mesmo os piscicultores tiveram mais de 50% de prejuízo.   

 

 

Ao final de sua fala, Márcio Dias destacou o impacto da situação rural no município como um todo, e pediu apoio e compreensão da população nesse momento de dificuldades: 

  • “É importante a comunidade entender a situação do seu conterrâneo. Não é somente o meio rural que está perdendo. As perdas do meio rural irão chegar ao meio urbano. Tupanciretã não possui indústria. Hoje, estamos investindo e desenvolvendo nosso município com as arrecadações de 2019. Ou seja, as consequências do que estamos falando hoje não serão para este ano”.  

 

 










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