Como um sinal da natureza simbolizando a esperança em dias melhores, a 13ª Abertura Oficial da Colheita da Soja no RS foi antecedida por uma grande chuva que caiu no município de Tupanciretã, situação que acabou por atrasar em cerca de 30 minutos o início do evento.
Apesar do volume da precipitação, a estrutura montada na sede da Afuco, às margens da ERS-392, acomodou com conforto as dezenas de pessoas que prestigiavam a solenidade que marca o início da colheita da oleaginosa.
Entre as autoridades presentes, estavam o governador em exercício, Ranolfo Vieira Júnior; a secretária estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural; o prefeito de Tupanciretã, Gustavo Terra; o presidente do Poder Legislativo, vereador Carlos Augusto; os deputados federais, Pedro Westphalen, Alceu Moreira e Ubiratan Sanderson; o diretor administrativo da Farsul, Francisco Schardong; o vice-presidente da FETAG-RS, Eugênio Zanetti.
Além deles, prefeitos de cidades da região, como Júlio de Castilhos, Santa Maria e Jari; representantes de deputados; e representantes das entidades do mundo agro que apoiavam o evento também prestigiaram a solenidade.
O prefeito Gustavo Terra proferiu o pronunciamento de abertura do evento, destacando os números da produção tupanciretanense e os desafios enfrentados pelo produtor rural:
- “Em 2021, o agronegócio produziu 120 bilhões na balança comercial do país, sendo o grande responsável pelo superávit. Desse montante, o complexo soja foi responsável por 48 bilhões, e o grão soja por 38 bilhões. Tupanciretã, com seus 154.000 hectares de lavoura de soja, representa 0,6% de toda a produção nacional. Como o Brasil alimenta aproximadamente 25% das pessoas do planeta, o nosso município alimenta 102 milhões de bocas em todo o mundo” disse, ressaltando como era importante a presença da ministra da Agricultura no evento, e a necessidade de se rever a legislação ambiental, para possibilitar o represamento de água em áreas de proteção permanente.
O contexto de guerra no leste europeu, que pode impactar o agro brasileiro, também foi comentado pelo gestor de Tupanciretã:
- "Para tratarmos da atualidade, é importante que tenhamos memória. E para ter memória, é importante que estudemos a história. Vivemos em um mundo globalizado. Uma guerra na Rússia irá influenciar no preço do adubo, que é produzido em terras russas”.
Gustavo Terra ainda destacou as iniciativas para materializar obras de pavimentação em estradas que ligam o município a localidades no interior e a outros municípios:
- “Estabelecemos, nos últimos tempos, uma parceria. Aqui mesmo, na entrada desse local, vocês presenciam o início da RS-392, cujas obras de melhorias foram desarquivadas pelo governo estadual”.
O diretor administrativo da Farsul, Francisco Schardong realizou um discurso enfático e cheio de energia:
- “Os produtores rurais sustentam o Rio Grande do Sul e o país. Por isso, é importante que possamos somar esforços para sanar as contas. Prejuízo de 115 bi no PIB do estado, e de 31 bi na economia. Por isso, peço ao governador que encaminhe pedido para ajuda financeira aos produtores. Está na hora de focarmos nas causas, e não nos problemas”.
Eugênio Zanettii, vice-presidente da FETAG-RS também se manifestou:
- “Quero parabenizar a secretária Silvana Covatti e o governo do estado pelo Programa Avançar na Agriculura, que possibilitou a abertura de açudes e de poços artesianos. Nos preocupa muito a demora do governo federal em anúncios para combater a estiagem. Creio que houve tempo suficiente para fazer os cálculos e promover os auxílios. Estamos pedindo a reabertura do crédito rural, para que o produtor possa fazer a próxima safra”.
Em seguida, foi a vez da secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, tomar posse da palavra:
- “Como secretária, Tupanciretã tem uma importância muito grande para mim e para o meu trabalho. Não é por acaso que aqui é a Capital do Soja. Quando assumi a secretaria, comemorávamos uma safra recorde. 40% do PIB gaúcho está na agricultura, por isso temos de ter esse olhar sensível e responsável para esse setor. Temos de levar a cada produtor as condições de linhas de crédito para que possa ser instalada a irrigação”, afirmou, ressaltando também a abertura dos açudes, poços artesianos e cisternas, e reconhecendo o trabalho da EMATER.
Além disso, também comentou sobre a situação das famílias moradoras do Quadro do Frigorífico:
- “Como secretária da agricultura, atendemos a solicitação do prefeito. Hoje, a pauta está na secretaria de Planejamento, para que, em breve, possamos atender essas famílias”.
(FOTO: JM Digital)
O presidente do poder legislativo de Tupanciretã, vereador Carlos Augusto também fez uso da palavra:
- “Hoje, o produtor rural está de parabéns. Pois é a mola propulsora em nível municipal, estadual, federal e mundial. Aqui, temos empresas gerando emprego, renda, dignidade e riqueza. Nós, da classe política, do executivo e do legislativo municipal e estadual, estamos fazendo a nossa parte para dar sustentação ao produtor rural. Nós, gaúchos, somos persistentes. Infelizmente, neste ano tivemos a estiagem. Mas vamos acreditar em Deus e nos produtores, para que continuem realizando esse excelente trabalho”.
(FOTO: JM Digital)
Em seguida, os deputados federais presentes proferiram discursos:
- “O agronegócio é tema com um grau de complexidade gigantesco. No início de governo, indicamos a Tereza Cristina como ministra e possuíamos oito produtos que definiam o nosso portfólio. Visitamos o mundo, abrimos portas e, agora, na última feira de Dubai comercializou cerca de US$ 3 bilhões. 63% dos nossos clientes internacionais têm relação com o agronegócio”, disse, ressaltando também as tarefas dos agricultores mesmo durante a pandemia e a situação dos fertilizantes durante o conflito entre Rússia e Ucrânia.
- “O projeto que permite exploração de minérios em áreas indígenas buscava regulamentar artigos que já permitiam essa atividade. Temos 12% do território nacional para a agricultura e 14% para os indígenas. Isso é inadmissível. Além disso, estamos trabalhando junto ao Ministério da Economia, para a liberação de crédito para a agricultura”.
- “Hoje é um dia muito especial. 70% das exportações brasileiras é do setor primário. Tupanciretã é o maior território do RS em área plantada de soja e é daqui desta cidade que saíram grande movimentos que modificaram o setor do agronegócio, como os transgênicos. Vida longa ao produtor rural”, disse o autor da lei que definiu Tupanciretã como a Capital Gaúcha da Soja e sede desse evento da Abertura Oficial da Colheita da Soja.
Finalizando o evento, o governador em exercício, Ranolfo Vieira Júnior fez uso da palavra:
- “O agro é o diferencial do nosso estado. E para combater a estiagem, a reserva de água é essencial. Temos de avançar fazendo medidas estruturantes. Não adianta termos a melhor safra do mundo e esquecer do problema da água. Temos de buscar medidas para promover a irrigação. O governo é parceiro do agronegócio. Temos de, cada vez mais, intensificar o diálogo com a União”, disse, citando o Programa Avançar na Agricultura, que destina 73% do seu orçamento para medidas de irrigação.