A vida é cheia de desafios, muitos fatores podem estagnar a sua capacidade de reação, e a velocidade do tempo é só um obstáculo diante de tantas adversidades. Entre o barulho da serra e as batidas do martelo, a equipe de habitação da Prefeitura de Tupanciretã, que pertence à Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação, encontrou o jeito certo de levar dignidade para quem realmente necessita.
No pátio do Centro Administrativo, uma peça antiga, sem utilização, deu origem à carpintaria, onde casas de madeira, são construídas. Os módulos habitacionais ficam prontos em uma semana, o espaço pode parecer pequeno, cerca de 15 m², mas o sorriso de quem recebe, torna o feito indiferente às dimensões que a fita métrica pode precisar.
O coordenador de habitação, engenheiro civil Leonardo Trindade Campara explica que o projeto iniciou no fim do ano passado, e acontece em parceria com diferentes órgãos da administração municipal e recursos da prefeitura.
"Em novembro começamos esse projeto, com a construção da casa piloto, no bairro Chiapetta, e hoje (dia 13 de abril) estamos entregando a quarta casa. Trata-se de um módulo habitacional, onde a montagem leva 24 horas. Essa casa é construída dentro do pátio da prefeitura, no prazo de uma semana. O local que era um depósito inutilizado, agora deu lugar à carpintaria da prefeitura”, revela Campara.
Setor de Carpintaria- Funiconários constróem o módulo habitacional - Foto: Divulgação.
A reportagem do site acompanhou a instalação de uma dessas casas, na manhã desta quarta-feira, dia 13, e conversou com a contemplada, Maria Inês Altissímo, 56 anos, mora sozinha, e reside na Rua Bento Gonçalves, bairro Gaúcho, há 18 anos. O terreno foi deixado pelo marido.
“A minha felicidade é muito grande, eu ‘tô’ com o meu coração emocionado, me sentindo muito feliz de ganhar a casa nova. A casa antiga chovia bastante, o assoalho era podre. Eu caia nos buracos quando as tábuas quebravam, era tudo podre. Hoje já vou dormir na casa, firme, em nome de Jesus com todos os meus móveis dentro”, disse.
Coordenador de Habitação Leonardo Campara, secretária de de Desenvolvimento Social e Habitação, Barbara Terra e Maria Altissimo, no interior do imóvel.
A assistente social, Joanita Machado explica as condições para enquadrar-se no programa, as pessoas e ou famílias, devem ter perfil e estar em vulnerabilidade, porém o terreno necessita estar matriculado junto ao Registro de Imóveis, escriturado; e não somente a construção, o projeto também leva bem-estar aos espaços tornando-os dignamente habitáveis.
"A partir do Cadastro Habitacional, ou atendimentos em redes, a gente identifica o atendido, depois fizemos uma visita observatória. A gente sempre respeita a cultura das pessoas, mas identificamos as precariedades habitacionais e tentamos mudar essa realidade. O exemplo é a nossa atendida de hoje, muitos anos ela morando aqui, no caso da Maria, podemos implementar esse projeto pela legalidade do terreno. Ela tem a escritura desse terreno, explica a assistente social.
Para receber o imóvel, deste tipo, é necessário estar em situação de vulnerabilidade, a pessoa ou família passa por avaliação do setor responsável, e necessita de avaliação social, além de ter terreno com escritura e baixa renda. A casa de dois cômodos tem custo de R$ 7 mil, custeados pela Prefeitura, o projeto também prevê uma solução sanitária.